Volatilidade do bitcoin foi menor no halving de 2020

Enquanto nos seis meses antes e depois do primeiro halving, preço do bitcoin multiplicou por 20, nos meses que antecedem o atual valorização máxima foi de 13%

Por Redação  /  11 de abril de 2020
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A volatilidade do bitcoin no período que antecede o próximo halving é menor do que nos dois eventos anteriores, em 2012 e 2016, segundo dados da Digital Assets Data. Essa redução gradual na volatilidade tem sido interpretada por analistas como natural diante de um maior amadurecimento e conhecimento do mercado.

O halving é o evento que ocorre a cada quatro anos com o bitcoin em que a remuneração das máquinas que trabalham na mineração são reduzidas à metade. Com isso, há uma redução na mesma proporção da oferta de novos bitcoin no mercado o que, mantida a demanda, tende a provocar um aumento de preço na criptomoeda.

E de uma forma geral, o mercado começa a reagir alguns meses antes do evento. No halving de 2012, por exemplo, houve um aumento de 2.000% no preço da criptomoeda, levando em conta o período seis meses antes do evento e seis meses depois. Já no segundo halving, a reação foi menos extrema, com uma valorização de 100% levando em conta este mesmo parâmetro de tempo.

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Menor volatilidade no halving de 2020

No período de seis meses que antecede o próximo halving, a situação é diferente. O bitcoin acumula de novembro de 2019 até abril de 2020, uma queda de 19,8% em dólares. Mas vale lembrar que no meio do caminho houve a correção do bitcoin devido à crise do coronavírus. Nesse período de seis meses, a cotação já chegou a ter uma alta de 13% em relação a novembro de 2019. De qualquer forma, a volatilidade que antecede o próximo halving do bitcoin é bem menor do que nas ocasiões anteriores.

“Ao longo dos anos, o mercado se tornou mais estável devido ao aumento da liquidez, participação global variada, desenvolvimentos regulatórios e envolvimento institucional”, afirmou o gestor de fundos de hedge crypto Joe DiPasquale, CEO da BitBull Capital, em artigo publicado na Forbes.

Ao longo dos anos, o mercado se tornou mais estável devido ao aumento da liquidez, participação global variada, desenvolvimentos regulatórios e envolvimento institucional.

O analista independente de criptomoedas David Martin vai na mesma linha e afirma que à medida que os ativos amadurecem, há mais participantes no mercado e este se torna mai eficiente. Ele comparou o bitcoin com a Amazon, que um dia foi uma pequena startup de tecnologia e cujas ações eram voláteis como o bitcoin. “À medida que a empresa se tornou mais madura, a volatilidade diminuiu gradualmente.”

Contribui também para essa maior estabilidade novos produtos financeiros criados a partir do bitcoin, como derivativos, o aumento do conhecimento dos investidores, a estrutura regulatória e a infraestrutura financeira. Além disso, há mais dados históricos disponíveis para analisar o mercado e criar melhores estratégias de investimento.


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