Transfero: momento de consolidação e crescimento

Empresa se posiciona cada vez mais como um player que oferece a investidores institucionais acesso ao mercado de criptomoedas de forma profissional

Por Redação  /  12 de novembro de 2019
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Fundada em 2015, a Transfero passa, quatro anos depois, por um momento ímpar na sua história. Após o lançamento e consolidação do BRZ, primeira stablecoin brasileira pareada ao real, e dos fundos de investimento, a empresa cada vez mais se posiciona como player que está dando a investidores institucionais acesso ao mercado de criptoativos de forma profissional.

Esse momento de consolidação culmina na realização do primeiro evento da empresa, nesta terça-feira (12/11), na Residência Oficial do Cônsul da Suíça no Brasil, em São Paulo. Em comemoração ao evento, o CEO da empresa Thiago Cesar concedeu essa entrevista ao PanoramaCrypto. Veja os principais trechos da conversa:

Momento atual da Transfero

Thiago Cesar diz que a empresa tinha propostas mais modestas por volta de 2015/2016. A ideia inicial era se estabelecer como gateway de pagamentos porque havia um sentimento que as criptomoedas seriam usadas majoritariamente para pagamentos.

Em 2017, a empresa mudou o foco para a gestão de investimentos crypto, fazendo vários movimentos nessa direção, entre eles a expansão da sede para a Suíça, a profissionalização da equipe e a criação de uma mesa de operações.

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O executivo conta que a expansão para a Suíça veio depois de uma consulta ao Banco Central que, na ocasião, recomendou que a empresa buscasse um país com regulações mais avançadas em criptomoedas. Além disso, a empresa queria buscar uma base para expansão internacional, já que os criptoativos têm uma característica global.

Em 2018, a empresa fez um movimento para Liechtenstein e aumentou suas operações de corretagem com criptomoedas. Esse movimento culminou na criação do BRZ, a primeira criptomoeda brasileira com paridade no real. Na outra ponta, a empresa fez um movimento de profissionalização dos investimentos com a criação de fundos de investimento com sede em Bahamas.

O Brasil e as criptomoedas

Thiago considera que o país tem surpreendido positivamente no que se refere à regulação crypto. O relacionamento institucional com autarquias e reguladores brasileiros mostra que o país está buscando se atualizar nessa área.

O Brasil sempre vai seguir modelo do exterior. Por exemplo, o sandbox regulatório é uma das lições aprendidas com regulações estrangeiras.

Lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo

Na visão do Thiago, os temas de lavagem de dinheiro são de debate global. E ele lembra que esse assunto não é particular das criptomoedas. Sendo assim, a regulação em jurisdições mais maduras tem caminhado para fazer os processos das empresas crypto se assemelharem ao de grandes instituições financeiras.

No entanto, não podemos deixar de lembrar que toda corretora de crypto vai ter um step anterior de o dinheiro passar por um banco.

Crypto como meio de pagamento

Segundo Cesar, ainda existe possibilidade de as criptomoedas serem utilizadas como meio de pagamento global, como é o caso das moedas criadas por grande players de tecnologia, como a libra. Ele lembra que cada criptomoeda tem um propósito específico. Ele vê ainda a possibilidade de as criptomoedas mudarem a realidade do sistema financeiro atual, por meio da tokenização de ativos já negociados no mercado financeiro tradicional.

O bitcoin está se consolidando como reserva de valor, mas outras crypto podem fazer o papel de meio de pagamento global. E elas vão inserir muitas pessoas em mercados onde antes elas não poderiam estar, como fundos imobiliários, obras de arte e outros.

BRZ se consolidando junto a traders

O BRZ, segundo o executivo, está se consolidando como instrumento de operação no mercado de criptoativos, dando possibilidade aos traders de refletir suas posições de investimento em real. Os volumes de negociação da criptomoeda já superam meio milhao de reais por dia em algumas corretoras.

E não para por aí. A Transfero está discutindo com membros do governo possibilidades para o uso dessa stablecoin. Além disso, já houve manifestações de interesse de grandes players de varejo no Brasil de usar o BRZ como meio de pagamento.

Fundos de investimento

Thiago Cesar explica que os fundos de investimento da Transfero, em fase de captação, dão aos investidores institucionais acesso a uma nova classe de ativos de maneira profissional.

Os fundos abrem uma janela interessante para family offices, corretoras, fundos de criptoativos e outros players institucionais investirem no mercado de criptoativos.

Evento no Consulado Suíço

O executivo apresenta nesta terça-feira (12/11) os projetos da Transfero para um público selecionado de investidores e convidados em evento na Residência Oficial do Cônsul da Suíça no Brasil.

Esse evento é importante para solidificar a parceria da Transfero com o governo da Suíça e manter um diálogo produtivo com o cantão de Zug, onde a empresa está localizada.