Tether planeja stablecoin pareada com o yuan

Um dos objetivos da stablecoin CNHT seria tornar o Tether menos dependente do dólar americano e aumentar a circulação do yuan no exterior

Por Redação  /  9 de setembro de 2019
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A Tether está planejando emitir uma stablecoin atrelada ao yuan, moeda chinesa. De acordo com Zhao Dong, trader de balcão na China e acionista da Bitfinex – que compartilha gerentes e proprietários com a Tether -, a Tether pretende batizar a stablecoin de CNHT.

Zhao acredita que a nova stablecoin será lançada muito em breve, possivelmente dentro de semanas. Ele declarou ainda ao CoinDesk que a reserva da stablecoin deve ser mantida em um banco na Bélgica.

De acordo com a fonte, a RenrenBit,  negócio de empréstimos crypto P2P, apoiará a negociação e os depósitos de CNHT quando for lançado.

“Pessoalmente, acho que a stablecoin de yuan no exterior poderia aumentar a circulação do yuan no exterior e internacionalizá-lo. Os reguladores podem ficar felizes em vê-lo prosseguir e ter sucesso”.

Para ele, o token teria dois benefícios principais. Um deles seria o fato de tornar o Tether menos dependente do dólar americano para seus negócios de stablecoin. Além disso, também aumentaria a circulação de yuan mantida no exterior.

Zhao disse ainda que não sabia se o Tether tem compradores alinhados para a nova stablecoin. Também não está claro em qual blockchain o CNHT seria construído. O USDT do Tether foi emitido sobre a blockchain do bitcoin, bem como as redes Ethereum e Tron.

O Tether, mais conhecido por emitir o USDT atrelado ao dólar, não respondeu às declarações.

Mercado offshore de yuan

O yuan chinês tradicionalmente era apenas uma moeda doméstica, mas isso mudou em 2003. Na ocasião, o Banco Popular da China assinou acordos que permitem que os bancos em Hong Kong forneçam depósitos, remessas, trocas e outros serviços de yuan no exterior, de acordo com o South China Morning Post .

Com isso, o mercado offshore de yuan decolou. Desse modo, Hong Kong se tornou um dos maiores hubs de yuan no exterior, possuindo até 604 bilhões de yuans (US$ 85 bilhões) em depósitos de clientes a partir de junho de 2019. Os dados são da Autoridade Monetária de Hong Kong.

No entanto, a China ainda impõe um limite ao volume de câmbio anual de um cidadão em US$ 50.000 ou um valor equivalente em outras moedas estrangeiras.

No Brasil, BRZ dá aos brasileiros acesso ao mercado internacional

O movimento que está sendo feito pela Tether segue uma tendência do mercado internacional de lançamento de stablecoins. O BRZ, por exemplo, principal stablecoin pareada ao real, foi lançada para permitir que brasileiros acessassem o mercado de criptomoedas mundial sem se expor à volatilidade do bitcoin. A Maker pretende lançar versões da DAI pareadas a outras moedas nacionais que não o dólar.


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