Stablecoins facilitam o acesso a serviços internacionais

Criptoativos como o BRZ reduzem custos e contornam problemas que complicam a vida dos brasileiros em operações de trading em plataformas internacionais

Por Julian Lanzadera  /  12 de novembro de 2020
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Muito se fala sobre o uso das stablecoins para proteger investidores da volatilidade ou para que eles possam agir mais rapidamente na hora de comprar outro criptoativo. Mas outro uso importante das stablecoins costuma ficar de lado: o acesso à liquidez internacional.

A vida do trader brasileiro não é fácil quando o assunto é liquidez de mercado para as suas negociações de criptoativos. Quando quer realizar negociações de alto volume de criptoativos em exchanges, ele é obrigado a recorrer a exchanges internacionais, pois, geralmente, as brasileiras possuem uma liquidez tímida verificada no book de ofertas. Quanto menor a “profundidade do book”, ou seja, a liquidez verificada na plataforma, pior será o preço médio de compra de determinado ativo digital. E, com um preço médio alto, pior será o retorno esperado de determinado trade.

Para acessar a liquidez de uma exchange internacional, contudo, o trader precisa comprar bitcoin ou outro criptoativo (como uma stablecoin de USD) com reais. Somente então, ele consegue trocar esse BTC ou stablecoin pelo ativo digital de destino na plataforma internacional. Entretanto, além de ter uma volatilidade brutal, o preço de referência do bitcoin é denominado em dólares, o que adiciona uma complexidade alta para o trade em si e para o seu posterior monitoramento, em função das inúmeras variáveis ali presentes.

exchange
É aí que entra a stablecoin brasileira. Por exemplo, através do BRZ, o trader consegue acessar a liquidez de uma plataforma internacional com um token que emula o valor da moeda brasileira, e, portanto, ir às compras na exchange internacional com “reais”. Isso facilita o controle dos seus trades e dá acesso a um preço médio mais competitivo.

A impossibilidade de ter saldo em reais fora do país se deve a uma característica da moeda brasileira. Como o real é uma NDF (Non-Deliverable Forward), não é possível que qualquer pessoa natural ou jurídica detenha saldo em reais em contas fora do Brasil. E a ideia do BRZ é ter emulado o saldo em real brasileiro em plataformas fora do país. Seja essa plataforma uma exchange ou um marketplace onde você oferece bens ou serviços, ou mesmo um cartão de crédito com emissão internacional.

Stablecoins permitem pagamentos internacionais com preços competitivos

As stablecoins também permitem um custo menor nos pagamentos internacionais. Isso porque a conversão delas para o dólar se dá em cotação mais próxima à do dólar comercial.

E o BRZ cumpre este papel de ponte entre o mercado brasileiro e todo o mercado global, conectando, assim, o mercado brasileiro, especialmente o mercado consumidor, a uma oferta de produtos e serviços à qual, até então, ele não tinha acesso.

Além disso, há ainda o benefício de poder acessar — com menos volatilidade — criptoativos disponíveis só em exchanges com sedes em outros países — como é o caso da maioria dessas plataformas.

Quando você acessa outra criptomoeda usando o bitcoin, é como se você pegasse um ativo volátil e trocasse por outro mais volátil ainda. E acompanhar esse trade é algo muito mais difícil de se fazer. Por isso se usa a stablecoin.


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