As stablecoins e seu potencial de induzir a uma maior aceitabilidade

Theter, USD coin, trueUSD são algumas das moedas criadas para resolver o problema da volatilidade. Mas outros desafios ainda precisam ser vencidos

Por Redação  /  7 de janeiro de 2019
(Crédito: 123RF) (Crédito: 123RF)

Um fato sobre as criptomoedas é que elas são ativos extremamente voláteis. Por exemplo, o bitcoin foi de US$ 1.000 a US$ 20 mil em 2017 e fez quase todo o caminho de volta em 2018. Atualmente há mais de 2 mil criptomoedas e num mesmo dia elas podem subir ou cair mais de 20%. Portanto, não é sustentável que seja assim, principalmente se pensadas como meio de pagamento.

Para resolver esse gargalo foram criadas as stablecoins, que são criptomoedas atreladas a uma moeda fiduciária, como o dólar, por exemplo. Exemplos de stablecoins são o theter, USD coin, trueUSD e paxos. Somente o tether tem um marketcap de US$ 1,9 bilhão.

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No entanto, alguém pode perguntar por que criar stablecoins e não simplesmente usar as moedas fiduciárias as quais estão atreladas. A resposta é que elas facilitam a circulação de moeda numa economia mundial totalmente descentralizada. Por exemplo, um investidor pode vender seu bitcoin em troca de dinheiro numa exchange que não trabalha com dólar.

A stablecoin ideal deve ter estabilidade de preço, escalabilidade, privacidade e descentralização. Mas a principal característica deve ser a estabilidade. Pensando para o curto prazo, ela é importante para transações. E no longo prazo, para investidores, para fins de manutenção em carteira.

Atualmente há mais de 50 stablecoins no mercado crypto, segundo matéria publicada no The Toshi Times. Cada uma tem suas características, mas todas funcionam mais ou menos do mesmo jeito. Elas têm garantias de algum tipo e administram o fornecimento para ajudar a incentivar o mercado a negociar a moeda a um valor estável. Embora possam ser complexas se olhadas de perto, o objetivo de todas é ter um valor estável.

Tipos de stablecoins

Há basicamente dois tipos de stablecoins. Elas podem ser lastreadas por ativos ou terem um algoritmo que estabiliza seu valor. As que são lastreadas por ativos mantém a proporção estável de um por um às moedas as quais estão atreladas. Por exemplo, o tether é tokenizado em dólares, portanto possui um dólar para cada token emitido. Ou seja, para cada token emitido, eles precisam ter um dólar na conta.

Por outro lado, as stablecoins algorítimicas empregam um conjunto de regras em seus código que visam combinar a oferta do token com a demanda. Emboras sejam mais complexas, elas têm como vantagem a melhor escalabilidade, incentivos à adoção em rede e a capacidade de lucrar com a criação dos ativos.

Desafios

O principal desafio para as stablecoins é a escalabilidade. É difícil para essas moedas alcançar um nível de liquidez que suporte aplicações interessantes da tecnologia. Seria necessário investir milhões em cada uma delas. Outro problema é a regulação. Bancos centrais teriam maior ingerência sobre elas. Há ainda desafios de ordem técnica.

O fato é que as stablecoins poderiam induzir a uma maior adoção das criptomoedas. Hoje há cerca de 50 novos projetos desses ativos em desenvolvimento. Além disso, há propostas para a adoção de criptomoedas lastreadas não só em fiat money, mas também em ativos do mundo real. Portanto, seu potencial é enorme.

 


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