Stablecoins devem diversificar modelo de negócios

Emissores de stablecoins de países que estão com taxas de juros zero ou negativas precisarão buscar novas fontes de receita para seus negócios

Por Redação  /  29 de abril de 2020
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Emissores de stablecoins de países que estão com as taxas de juros próximas de zero terão que procurar novas fontes de receita para manter seu negócio de pé. A avaliação é do colunista do CoinDesk, J.P. Koning, para quem os emissores deverão criar novas taxas, como de conversão e transação. Dessa forma, conseguirão garantir novas fontes de receita.

Segundo ele, parte dos lucros dos emissores de stablecoins vem da aplicação dos recursos usados na compra desses criptoativos em títulos governamentais. Como a maior parte dos países desenvolvidos está com taxas de juros próximas a zero – e em alguns casos negativa  – essa fonte de receita secou.

Embora o colunista não mencione, os emissores ainda podem ganhar com quedas adicionais nas taxas de juros. Já que quando um título que paga um título pré-fixado num momento futuro tem uma redução nos juros, seu preço momentâneo aumenta.

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Vale lembrar que o lucro dos emissores de stablecoins varia de acordo com o modelo de negócios. Nem todos os emissores concentram toda sua receita nessa estratégia. Alguns podem passar a cobrar taxas por transações. O USDT (dólar tether) já cobra uma taxa de 0,1% para conversão em dólar. Outra possibilidade são taxas de transação de carteira para carteira.

Nem todos os emissores de stablecoin enfrentarão pressão imediata. Emissores com várias linhas de negócios ou com uma estrutura financeira sólida podem estar mais bem posicionadas. Com o passar do tempo, eles podem atrair seus clientes de stablecoin para novos serviços de taxas mais altas.

As taxas de juros funcionam como um estímulo para que mais dinheiro circule na economia. Elas têm sido historicamente baixas na década atual desde a crise financeira de 2008, que causou um choque nas economias globais. O Banco Central Europeu cortou os juros para abaixo de zero em 2014, levando outros países a reboque. O Banco do Japão, em 2016.


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