Rio Cripto Day: oportunidade de melhorar o mundo através da educação

Em entrevista, o organizador do evento, Márcio Costa, fala das motivações para criar um evento educacional sobre criptomoedas no Rio de Janeiro

Por Redação  /  30 de maio de 2022
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“Eu acredito que podemos melhorar o mundo por meio da educação”. Com essas palavras, o organizador do Rio Cripto Day, que será realizado no dia 4 de junho, no Rio de Janeiro, explica o porquê de ter criado um evento com foco totalmente educacional no mercado de criptomoedas. “As pessoas ainda carecem de conhecimento nesse mercado e eu quero levar isso para elas”, complementa, em entrevista ao PanorarmaCrypto. Confira o conteúdo completo:

Por que a escolha do Rio de Janeiro para organizar o Rio Cripto Day?

Em primeiro lugar, sou carioca e quero ver minha cidade melhorar sempre. Além disso, o Rio é o ambiente perfeito para um evento deste tipo. A cidade está se tornando um polo de inovação e desenvolvimento em diversas áreas, dentre elas a de cripto. Por exemplo, recentemente a prefeitura lançou um sandbox que espera atrair projetos de inovação tecnológica. Existe ainda o Maravalley,  um polo para startups e empresas de tecnologia na zona portuária do Rio. Sediamos recentemente o Ethereum.Rio e por aí vai.

Como foi a concepção deste evento?

Eu acredito que podemos melhorar o mundo por meio da educação. E tudo o que eu faço, tem propósito. Trago isso da minha experiência pessoal e profissional. Nesse sentido, vejo que hoje as pessoas ainda carecem de informação sobre o mercado de criptomoedas. E eu me considero um curador, um hub, que consegue se conectar e integrar vários níveis de conhecimento para levar isso ao público.

Inclusive o terceiro setor?

Sim, todo ingresso vendido se reverte em ações sociais conduzidas por meio do grupo Gratidão. É um projeto que tira as pessoas da rua, oferecendo não só alimentos, como também roupa, água potável e ajuda também a tirar documentos como certidão de nascimento, CPF, carteira de trabalho, etc. Temos também o projeto The Satoshi Nation, que são NFTs voltados para projetos educacionais, incluindo compra de hard wallet com desconto, acesso a conteúdos educacionais, palestras, descontos em cursos, etc.

Qual é o público-alvo do evento?

São mais de oito horas de conteúdo, voltadas desde ao nível mais básico, até assuntos mais avançados. Teremos um debate especial entre mulheres educadoras no mercado de cripto. Teremos a presença de palestrantes negros. E isso não é mérito nosso, é que o mercado de criptomoedas é naturalmente inclusivo, seja nos aspectos de gênero, raça ou posição social.

Qual é a diferença da programação em relação ao evento anterior?

O primeiro Rio Cripto Day passou por diversos assuntos, desde a mineração até o uso do bitcoin como instrumento de diversificação de investimentos de médio e longo prazo. Nesta edição vamos aprofundar alguns temas, além de falar de diversos aspectos do mercado de cripto, entre eles as stablecoins. Por exemplo, o BRZ e a importância de ter um par digital em moeda corrente para que o brasileiro consiga tomar melhores decisões de trading.

Algum momento ou pessoa de destaque?

Qualquer nome que eu destacar, eu estaria cometendo uma injustiça com os demais. Mas se tivesse que apontar algum, eu mencionaria a Flávia Jabur, por ser responsável pela entrada de novos investidores no mundo de criptoativos, especialmente pela linguagem e didática para explicar aos iniciantes. Um momento de destaque será o encerramento, em que haverá um grande debate sobre a convivência do mercado de cripto com o mercado financeiro tradicional.

Como você vê a convivência desses dois mercados?

Eles são complementares. A maturidade se dará quando houver uma convivência desses dois ambientes e acho que estamos com um pé nesse momento.

Como você vê os brasileiros no ambiente de cripto?

ambiente cripto
O brasileiro está se tornando mais preparado do que pessoas de outras nacionalidades, dada a questão do câmbio. Vislumbro um Brazilian Storm no mundo cripto — em alusão ao que aconteceu no surfe, onde diversos brasileiros começaram a se destacar no esporte. Eu, como empresário, quero liderar esse movimento e mostrar a importância de reter talentos e remunerá-los de forma justa.

E qual o caminho para isso?

Novamente, a educação. O mercado educacional cripto talvez seja hoje a maior oportunidade de salto econômico. Com a colaboração do poder público, isso pode se refletir na melhoria dos índices de desenvolvimento humano e econômico, não só do Rio, como também do Brasil. Isso se traduz em melhoria para a sociedade, como aumento da renda, redução da violência e das desigualdades.

O que podemos esperar de inovação no mercado em termos educacionais?

Vejo bastante otimismo os chamados NFT Almas — os Soul-bounds (SBTs). Os SBTs seriam NFTs intransferíveis que poderiam ser usados para, por exemplo, diplomas universitários específicos para indivíduos, permitindo a comprovação de propriedade sem uma função de revenda. Isso pode criar uma espécie de certificação mundial e poderia ter contratos inteligentes atrelados a ele. Os SBTs marcam uma tentativa do fundador da Ethereum de adicionar maior funcionalidade para NFTs para além da mera especulação com venda de imagens digitais.

Qual o futuro do Rio Cripto Day?

Já temos propostas para organizar o evento em Portugal e em Miami. Em breve poderemos ter novidades.