Retrospectiva: Como foi o ano de 2018 para as criptomoedas

Fim do ano é hora de fazer um balanço de tudo o que aconteceu. Veja as notícias que mais influenciaram o mercado de criptomoedas em 2018

Por Redação  /  28 de dezembro de 2018
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O ano chegou ao fim e é hora de fazermos uma revisão dos principais fatos do mercado de criptomoedas. Se por um lado tivemos a queda do bitcoin, levando consigo a maior parte das criptomoedas, por outro, tivemos o aumento do número de usuários. Além disso, a regulação avançou em alguns países. Inclusive, no Brasil, a CVM deu um sinal que foi bem recebido pelo mercado. Essas e outras notícias fizeram parte do nosso 2018. O PanoramaCrypto mostra algumas delas.

Queda do bitcoin

O ano foi marcado por um forte ajuste no preço do bitcoin. Sendo assim, a criptomoeda, que começou o ano a US$ 13.800, está sendo negociada nesses últimos dias a US$ 3.600. As maiores moedas digitais seguiram o mesmo caminho. As razões são diversas. A saída de fundos de hedge, por exemplo, teve um forte impacto. O fork do bitcoin cash e as disputas em torno dele também influenciou. Para 2019, fica a expectativa de a SEC liberar a listagem de ETFs de criptomoedas e, com isso, a entrada do investidor institucional de uma forma maciça.

Ilustração de pessoas pegando pedaços de bitcoin

(Crédito: 123RF)

Taxa de dificuldade em queda

Se por um lado houve a queda no valor do bitcoin, por outro, aumentou a lucratividade para quem decidiu permanecer minerando a criptomoeda. Pois a taxa de hash (poder de mineração) da rede Bitcoin caiu consideravelmente nos últimos meses do ano, o que provocou a redução da dificuldade de mineração de BTC em 21,92% em dois meses. Esse reajuste ocorre automaticamente a cada 2016 blocos, aumentando ou diminuindo a dificuldade, diretamente proporcional à variação do hashate da rede.

Mais gente com bitcoin

Apesar da queda nos preços, o número de detentores de bitcoin dobrou nos primeiros três trimestres do ano. Passou de 18 milhões no ano passado para 35 milhões em 2018. Por exemplo, em 2016, havia apenas cerca de 5 milhões de detentores. Da mesma forma, o número de contas de criptoativos também cresceu. Eram 85 milhões em 2017, passando para 139 milhões neste ano. Os dados foram publicado em um estudo do Cambridge Center for Alternative Finance e mostram ainda uma confiança no potencial desses ativos.

CVM amiga

No Brasil, o mercado recebeu bem o ofício emitido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) relativo às criptomoedas. Nesse documento, a autarquia confirma a possibilidade do investimento indireto em criptoativos pelos fundos regulados pela instrução 555. O ofício foi interpretado como um reconhecimento da autarquia das criptomoedas como ativos de investimento.

Normas da Receita Federal

(Photo by rawpixel on Unsplash)

O Leão e as criptomoedas

A Receita Federal realizou uma consulta pública de uma instrução normativa sobre a obrigatoriedade de prestação de informações pelas exchanges. Durante o processo, o órgão recebeu diversas contribuições dessas instituições. Os grandes motivadores para a instrução normativa foram o combate à corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação de imposto.

BNDEStoken

Outra notícia positiva é a iminente emissão, pelo BNDES, de um token dentro da plataforma Ethereum, destinado a dar mais transparência às operações de crédito do banco. Cada token valerá R$ 1 e será usado para representar os recursos desembolsados pelo banco. O projeto piloto começará pelo Espírito Santo. Na prática, cada fornecedor registrado irá receber os tokens equivalentes aos recursos aprovados e poderá, em seguida, trocar por real no banco.

Associações

Foram criadas neste ano no Brasil duas associações de criptomoedas. A ABCB e a ABCripto. Ambas com atuação junto aos órgãos reguladores e ao mercado. Conversamos com o presidente da então recém-fundada ABCripto e mostramos os planos da associação para 2019.

SEC mais atenta

A SEC se mostrou mais atenta neste ano ao mercado de moedas digitais. No relatório anual do ano fiscal de 2018 a xerife do mercado norte-americano citou 25 vezes o termo ICO. E também abriu algumas investigações contra operações que representavam riscos para os investidores. Entre os problemas, citou a falta de registros por parte dos emissores e produtos inviáveis, modelos de negócios não sustentáveis e a falta de capacidade de proteger os ativos digitais de roubos de hackers.

Logo da SEC (Security and Exchange Commission) na frente da bandeira dos Estados Unidos

SEC – Security and Exchange Commission

Nasdaq e NYSE

A Nasdaq e a NYSE anunciaram diferentes plataformas para criptomoedas. A primeira vai criar uma plataforma para negociação de futuros de bitcoins. Ainda falta aprovação regulatória e está prevista para o primeiro trimestre de 2019. A segunda vai lançar a plataforma open source para trading Bakkt, com data marcada para 24 de janeiro.

Derivativos de criptomoedas

Notícias boas vieram da Suíça também. O Amun Crypto ETP será o primeiro derivativo lastreado em criptomoedas do mundo e será negociado na SIX Swiss Exchange. O produto terá metade do seu valor lastreado no bitcoin e metade distribuída entre Ripple, Ethereum, Bitcoin Cash e Litecoin. Com sede em Zurique, a SIX é o principal mercado de ações e bolsa de valores da Suíça.

Sobre credibilidade

O ano também teve uma notícia que afetou a credibilidade dos ativos digitais. Um conflito interno trouxe fim ao projeto Oyster, que pretendia criar um protocolo de armazenamento de dados na criptomoeda iota. Em uma atualização publicada no site do projeto, a equipe do Oyster anunciou um incidente ocorrido. Um membro conhecido pelo pseudônimo de Bruno Block teria sacado US$ 300 mil do projeto sem o consentimento dos demais membros.

Waves sobe

Enquanto a oyster decepcionou, a adoção da waves cresceu. Ao contrário de outros ativos digitais, a criptomoeda entrou num rali desde novembro, chegando a registrar uma valorização de 340%. A plataforma que leva o mesmo nome é uma wallet e uma exchange descentralizada (DEX) na qual seus usuários podem montar uma carteira com múltiplos ativos digitais. Também permite a criação de tokens e dapps.

ICOs

Este ano tivemos alguns ICOs. Sendo assim, mostramos três aqui no PanoramaCrypto. Primeiro, o Telegram, que apenas na pré-venda de seus tokens arrecadou US$ 1,7 bilhão e ultrapassou o valor de arrecadação que havia projetado para todo o ICO. Segundo, o Ubex conseguiu arrecadar 97% do seu hard cap, no valor de US$ 24,7 milhões. Por último, o Petro, moeda lastreada na cotação dos barris de petróleo, com uma arrecadação de US$ 735 milhões no lançamento.

2019

O ano de 2019 pode ser decisivo para o mercado de criptomoedas. Os movimentos recentes têm sido vistos como um amadurecimento maior desses ativos. Possivelmente alguns projetos serão eliminados pelo mercado, enquanto outros aumentarão sua relevância. Sendo assim, estamos no momento de maior oportunidade para quem ainda aposta nesse como uma grande classe de ativos de investimento. Não há garantias, mas quem apostar agora, pode ganhar bastante no futuro.

Desejamos aos nossos amigos e leitores um feliz 2019!


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