Relatório do FSB mostra desafios para stablecoins

Organismo internacional aponta questões que precisam de atenção para “acalmar” reguladores

Por Joana  /  18 de novembro de 2020
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Instado pelo G-20, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, sigla em inglês) fez um relatório a respeito das stablecoins. No documento, apesar de apontar pontos de melhoria, o órgão reconhece que as stablecoins “têm o potencial de melhorar a eficiência da provisão de serviços financeiros”. Elas podem, por exemplo, aumentar a eficiência dos pagamentos e promover a inclusão financeira, diz o FSB.

Em sua análise a respeito de questões regulatórias e de supervisão, o FSB lista algumas questões que as stablecoins precisam solucionar para que os reguladores não sejam tão reticentes.

Um dos pontos para os quais as empresas emissoras de stablecoins precisam olhar é o da liquidez. Assim, o FSB diz que é importante “a escolha e gestão das reservas de ativos”. Este tipo de precaução ajuda a garantir mais estabilidade ao preço da moeda.

Por exemplo, o BRZ comprovou por meio de auditoria externa seus fundos detidos como colateral. No entanto, o tether, principal stablecoin em dólar do mercado, até hoje não passou pelo processo.

FSB quer cooperação internacional na regulação de stablecoins

Outros fatores importante são a governança e a operação da empresa. É necessária uma boa infraestrutura, para que se garantam operações sem atrasos, mas também a privacidade dos dados dos usuários. Além disso, o FSB diz que deixar claro quem compõe o comitê de governança impacta a confiança do usuário.

dados pessoais
É preciso, ainda, garantir que aplicações e componentes que armazenam chaves de acesso e onde acontecem as trocas de moedas sejam seguros. Segundo o texto, são importantes neste quesito pontos como os arranjos que garantem que serviço funcione mesmo em caso de instabilidade.

O FSB também defendeu que haja “efetiva cooperação, coordenação e compartilhamento de informações” entre as autoridades dos países. Afinal, tratam-se de moedas com caráter transfronteiriço. O Banco Central Europeu (BCE) já fez uma afirmação similar. Em um estudo, o BCE disse ser necessária uma “regulação adequada, internacionalmente coordenada”.

Stablecoin Alliance é criada para amplia adoção das stablecoins

É no contexto de segurança e compliance que um grupo de cinco stablecoins fundou a Stablecoin Alliance. A associação pretende ampliar a narrativa das stablecoins no mercado crypto. E resolver exatamente as questões que hoje preocupam os reguladores.


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