Por que o crypto virar mainstream é um caminho sem volta

Tecnologias disruptivas são como a caixa de Pandora, uma vez "abertas" não podem mais ser fechadas, o que deixa as criptomoedas muito próximas do mainstream

Por Redação  /  9 de dezembro de 2019
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Muitas discussões e especulações permeiam o mercado crypto. Porém, algumas estão mais próximas da realidade. Uma delas é a ideia de que o crypto vai virar ou já está bem próximo do mainstream.

Em artigo no site Seu Dinheiro, o engenheiro André Franco justifica essa hipótese afirmando que as tecnologias disruptivas são como a caixa de Pandora. Sendo assim, após aberta, não pode mais ser fechada, nem seu conteúdo pode ser escondido novamente. Aquilo que foi visto não pode ser “desvisto”.

Ele ressalta que mesmo com os benefícios de velocidade de transação, compliance automatizado, liquidez global instantânea, transparência e imutabilidade, a tendência de valores mobiliários na blockchain não engatou na velocidade esperada. Outro ponto é que a queda do bitcoin, acompanhado do mercado inteiro de criptoativos, trouxe um sentimento negativo à tona. Isso também teria prejudicado o andamento da tese de valor mobiliário tokenizado.

Por outro lado, se o sentimento ficou negativo, a tese e os benefícios para esse ramo continuam os mesmos. Esses ativos estão começando a deslanchar em comunicações oficiais de nomes de peso do mercado tradicional.

Conforme noticiamos, a Asia Securities Industry and Financial Markets Association (ASIFMA), que possui 125 membros, incluindo empresas como Citi, PwC, Standard Chartered e UBS, declarou abertamente o que espera para a tendência de valores mobiliários tokenizados. Eles afirmam, basicamente, que a falta de clareza na regulação tem barrado muitos dos desenvolvimentos que já poderiam ter ocorrido nesse ecossistema.

Crypto a caminho do mainstream

Além da associação asiática, outros players relevantes do mercado financeiro demonstraram interesse pelo assunto. Um deles foi o Franklin Templeton, fundo de investimento global com US$ 700 bilhões sob gestão. Recentemente, a companhia preencheu o prospecto preliminar para fazer uma oferta pública por meio da blockchain da Stellar.

O que André Franco projeta, portanto, é que essa ideia vai ganhar terreno. E, conforme esse movimento for avançando, principalmente em território asiático, o mundo terá que se mexer para não ficar para trás.

“Imagine o que uma potência como a China seria capaz de fazer com a possibilidade de ofertar ações de empresas para o mundo todo sem precisar listá-las em bolsas de valores fora do país e sem a fricção natural do processo de transferência internacional de dinheiro”, ressalta o engenheiro.

Por outro lado, os Estados Unidos podem se sentir acuados com esse movimento e devem contra-atacar com alguma iniciativa até o ano que vem. Isso porque, se o governo americano decidir se fechar para iniciativas como essa, estará adotando uma postura mais próxima à de uma ditadura como a chinesa e menos fiel ao tradicional liberalismo dos EUA.