Pagamento de salário em cripto aumenta na América Latina

Pelo menos 5% da remuneração de trabalhadores remotos foi feita em criptoativos no primeiro semestre deste ano

Por Redação  /  15 de agosto de 2022
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Trabalhadores remotos em países como Brasil, Argentina e Venezuela continuam impulsionando os pagamentos de salário em ativos digitais, apesar da instabilidade do mercado cripto.

Segundo levantamento elaborado pela Deel, empresa especializada que atua com recrutamento de trabalhos remotos em mais de 150 países, pelo menos 5% dos pagamentos aos trabalhadores na América Latina foram feitos em criptomoedas no primeiro semestre de 2022.

Com base nos contratos de mais de 100 mil trabalhadores remotos, o relatório indica que os pagamentos via cripto mais que dobraram entre os seis últimos meses de 2021 e o primeiro semestre de 2022, registrando um crescimento de 2% para 5%.

Argentina lidera pagamentos em cripto

Atualmente, a Argentina conta com uma proporção maior de trabalhadores pagos em criptomoedas na comparação com outros países da região, de acordo com a Deel. A razão é que os argentinos têm utilizado os criptoativos como forma de contornar o câmbio e se proteger da inflação galopante.

Conforme sugere um estudo da Wunderman Thompson, de Buenos Aires, publicado em julho pela Bloomberg, as crises cambiais recorrentes e a inflação em torno de 60% ao ano na Argentina também contribuem para que dois terços dos argentinos optem pelos pagamentos em criptoativos para proteger suas economias.

Na América do Norte, alta é de 7%

Já em outras partes do mundo, cerca de um quarto dos pagamentos vieram da Europa, Oriente Médio e África. Segundo a Deel, o bitcoin foi responsável por pouco menos da metade de todos os pagamentos em criptomoedas, ficando abaixo dos dois terços registrados na metade do ano passado.

Com vários jogadores de futebol americano e prefeitos das cidades de Nova York e Miami recebendo em bitcoin, a América do Norte registrou um aumento de 7% na participação geral dos pagamentos em criptomoedas, um pouco acima do ano passado.

De acordo com a empresa de recrutamento remoto, a volatilidade das criptomoedas significa ainda que alguns trabalhadores lidam com o risco de terem impostos cobrados com base em pagamentos que
posteriormente caíram de valor.

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Ainda segundo o relatório, houve maior aumento salarial médio entre os trabalhadores remotos na Itália, com acréscimo de 175% nos salários, seguidos por Brasil, Índia e Nigéria. Em um panorama geral, o levantamento aponta Londres, Toronto e Buenos Aires entre as principais cidades onde o trabalho remoto foi estabelecido, com base na quantidade de funcionários contratados.

O relatório da Deel teve como base os contratos de trabalhadores mais jovens em tecnologia e finanças, com menos de 35 anos, que representam três em cada quatro contratos da empresa.


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