Wallet de bitcoin: qual o lugar mais seguro para armazenar criptomoedas?

Entenda o que são wallets e qual a sua importância para o investidor

Por Redação  /  18 de agosto de 2021
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O primeiro passo para quem quer investir em criptomoedas consiste em saber onde armazenar o saldo em ativos digitais. Embora alguns investidores utilizem exchanges para guardar suas moedas digitais, existem formas mais seguras, como as famosas carteiras digitais, ou ainda, wallet para criptomoedas como o bitcoin (BTC).

Carteiras digitais funcionam como uma carteira física, onde o usuário pode escolher qual valor e qual tipo de criptomoeda deseja armazenar ali. No entanto, uma wallet para bitcoin possui suas particularidades, como o fato de que o dispositivo pode ser totalmente digital, por exemplo.

Esses dispositivos foram desenvolvidos como uma forma segura de armazenamento de criptomoedas. Em alguns casos, é possível guardar até tokens, como os não-fungíveis (NFTs).

Existem ainda diferenças entre tecnologias usadas por wallets, compatibilidade com determinados ativos digitais armazenados e até na composição, como as carteiras frias (cold wallets) e carteiras quentes (hot wallets). Confira logo abaixo tudo sobre wallets de criptomoedas.

O que é uma wallet?

Uma wallet, ou carteira digital, é uma interface que interage com a blockchain e permite que seu usuário receba, transfira e armazene criptoativos. Além de criptomoedas, uma wallet pode armazenar tokens, como os de utilidade e até não-fungíveis (NFTs).

Ela armazena as chaves privadas (códigos criptografados), que asseguram as transações, e também chaves públicas (código que o proprietário da wallet fornece a terceiros para receber uma transação).

No caso de uma wallet de bitcoin, o dispositivo precisa ser compatível com a rede Bitcoin. Ou seja, todos os tokens criados na blockchain do BTC geralmente podem ser armazenados nessa carteira digital. Sendo assim, cada wallet pode ter compatibilidade com uma ou várias redes blockchains.

Alguns dispositivos podem oferecer interconexão entre redes blockchains distintas. Nesse caso, a carteira aceita mais de um tipo de token, como os ERC-20 e o BTC, por exemplo, que são criados em blockchains diferentes.

Qual a diferença entre chave privada e pública?

As chaves públicas são endereços que o usuário usa para enviar e receber ativos digitais. Esse endereço pode ser consultado publicamente, e serve para rastrear algum tipo de transação digital.

Já as chaves privadas funcionam como uma senha ou PIN, que só é utilizado pelo proprietário da wallet. São elas que garantem proteção aos ativos digitais armazenados.

Para ilustrar, imagine que a chave pública é o número de seu banco, agência e conta, e a privada é a sua senha pessoal de acesso. Esse código nunca deve ser fornecido a terceiros e é recomendável que seja feito um backup, para evitar perdas.

Alguns investidores armazenam esses dados de chaves privadas em chapas metálicas, que são resistentes até ao fogo. Lembrando que, essas informações dão acesso a carteira digital, e serve como um tipo de login para a wallet.

A grande diferença de um banco e de uma carteira de criptomoedas é que, no segundo caso, o dono da wallet é responsável pela posse e segurança de seus ativos, não o banco. Ou seja, não há intermediários.

Como funciona uma wallet?

Normalmente, a wallet é um software ou um hardware (um dispositivo), onde o usuário pode armazenar seus criptoativos, além de enviar e receber moedas digitais. Todas as transações ficam registradas na blockchain.

Ao criar uma wallet, é gerada uma sequência de 12 a 24 palavras (em inglês), que funciona como uma senha de recuperação de sistema. Depois disso, a carteira libera uma chave privada, uma chave pública e um endereço. É importante saber que se essa sequência (chamada de seed) for perdida, o investidor não terá mais acesso à wallet.

A título de exemplo (e alerta), a empresa de dados cripto Chainalysis estimava, no ano passado, que 20% dos bitcoins minerados até então estavam sem acesso por parte de seus proprietários em função da perda desta informação.

A chave privada é criada por meio de algoritmo, com o objetivo de garantir um alto nível de segurança. A pública é matematicamente relacionada à privada e gera os endereços (códigos alfanuméricos) para as transações com moedas digitais. Esses endereços são usados da mesma forma que o Pix.

Vale explicar que, embora a chave privada gere a pública, o inverso não acontece — ou seja, a chave privada é única e não pode ser deduzida a partir da chave pública, que é fornecida a terceiros durante as transações. 

Quais são os tipos de wallet?

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Há vários tipos de wallet, que são divididos em dois principais grupos: hot wallets (carteiras quentes) e cold wallets (carteiras frias).

  • Hot wallets: são carteiras conectadas à internet, com versões para smartphones, desktop ou mesmo na web. Embora sejam mais práticas, são também mais vulneráveis que as cold wallets, justamente pelo fato de estarem conectadas e correrem o risco de serem alvo de um ataque cibernético ou mesmo de roubo — caso de celulares, por exemplo.
  • Cold wallets: geralmente, são um hardware (como um pendrive) ou um código impresso em papel sem conexão com a internet. Embora não possam ser alvos de ciberataques, existem outros pontos de atenção, como o risco de perda do meio físico que armazena os códigos.

Caso queira saber mais sobre os tipos de wallets, as vantagens e as desvantagens de cada uma, você pode conferir este artigo completo.

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Dentre os tipos de carteiras classificadas como cold wallets, as marcas Trezor e Ledger são as mais conhecidas no mercado cripto. Lembrando que cold wallets são dispositivos físicos que são usados para armazenar criptomoedas como o bitcoin.

Além dessas carteiras físicas, existem hot wallets que são famosas no mercado cripto, como:

  • Exodus
  • MetaMask
  • Trust Wallet
  • Electrum
  • Blue Wallet
  • ZenGo

Paper wallet

Embora as criptomoedas não sejam emitidas de forma física, uma carteira para bitcoin permite essa negociação através de um título. Na verdade, esse título é conhecido como uma paper wallet.

Assim como as demais carteiras para criptomoedas, uma paper wallet pode armazenar bitcoins. Nesse caso, o armazenamento é feito digitalmente, mas o código de acesso é impresso na carteira física.

Isso possibilita a negociação física do bitcoin, além de oferecer uma forma em papel de armazenar a criptomoeda. Geralmente, papers wallets trazem dados como a quantia em criptomoeda ali armazenada, e uma senha de acesso para movimentar o saldo. Portanto, aquele título garante ao detentor dele, a mesma fração de BTC que é expressa no documento.

Exchange não é uma wallet

Muitos investidores negociam e deixam seus criptoativos em exchanges. No entanto, é importante entender que uma exchange não é uma wallet. Ou seja, até é possível manter os recursos nela, mas pode haver necessidade de pagamento de taxas.

Além disso, por negociarem grandes volumes de criptomoedas, essas empresas podem ser mais visadas por ataques virtuais de hackers.

De qualquer forma, quem não quiser custodiar seus próprios ativos, pode deixá-los em uma exchange. O principal cuidado, neste caso, é avaliar a reputação e confiança da empresa.

Como escolher uma carteira digital de criptomoedas?

Para quem pretende utilizar os criptoativos para pagamentos no dia a dia, o ideal é ter uma wallet em um dispositivo mobile, como um smartphone. Porém, como citamos anteriormente, existem riscos de furto do celular ou mesmo de um ciberataque, uma vez que as informações estarão disponíveis online.

Para usuários que querem investir e somente armazenar os ativos, o mais indicado é um hardware. Porém, o dispositivo deve ser guardado em local seguro, para evitar perdas ou mesmo furto. Normalmente, essa opção é mais indicada para investimentos de longo prazo.

Além disso, ao escolher uma carteira, é importante verificar a seriedade das pessoas ou empresas por trás dela, os criptoativos suportados, as ferramentas de segurança adotadas e também a facilidade de uso.

Outros cuidados essenciais são manter o software atualizado, fazer backups frequentes e, em caso de hot wallets, somente acessar de dispositivos protegidos, preferencialmente em redes seguras.

Agora que você já sabe o que é uma wallet, confira as nossas dicas para criar uma carteira para os seus criptoativos.


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