Stablecoin: o que é e como funciona esse tipo de criptomoeda com valor estável

Conhecidas pela característica de estabilidade, as stablecoins são pareadas a ativos físicos; saiba mais sobre essas moedas digitais e suas vantagens

Por Redação  /  17 de junho de 2021
© - Shutterstock

Stablecoin é uma moeda digital que reúne a segurança da tecnologia blockchain e a estabilidade do dinheiro fiduciário. Isso é possível porque esse ativo digital é pareado a moedas fiduciárias, como o BRZ, com o real, ou a outros tipos de reserva, como ouro, prata, petróleo, obras de arte e até mesmo o índice S&P500.

Esse uso dos ativos de reserva como lastro garante a estabilidade das stablecoins. Assim, elas são uma alternativa para contornar a volatilidade de outras criptomoedas. Ou seja, quem tem um ativo que está passando por variações pode rapidamente trocá-lo por ativos também digitais, cujas cotações permanecem estáveis. Mas, essa não é a única funcionalidade das stablecoins.

Confira as principais informações que você precisa saber sobre stablecoins:

O que é stablecoin?

Como o próprio nome diz, é uma moeda estável, pareada ao valor de um ativo físico ou a uma cesta de ativos. Uma moeda digital pode ser lastreada a outra criptomoeda, a uma moeda fiduciária, a commodities ou metais preciosos, por exemplo.

Além do BRZ, um exemplo de stablecoin é a criptomoeda Tether (USDT), que é atrelada ao dólar norte-americano. Assim, 1 USDT valerá sempre US$ 1. Outras stablecoins são USD Coin, Dai, Binance USD, TrueUSD, entre outras.

Qual a diferença entre stablecoin e CBDC?

Apesar de uma stablecoin ser pareada a um ativo de valor físico, ela não é emitida por um banco central. Essa é a diferença entre elas e as CBDCs (sigla para Central Bank Digital Currencies, ou Moedas Digitais de Bancos Centrais). Assim, uma CBDC é uma stablecoin, mas o inverso não é verdadeiro.

Quais os tipos de stablecoins?

  • Stablecoin centralizada, cuja emissão é controlada pelos seus criadores. Quando não é auditada, nem sempre é possível saber se a companhia de fato tem reservas equivalentes entre a stablecoin e o ativo ao qual está pareada. A principal moeda neste conceito é o Theter.
  • Stablecoins cripto-colateralizada, ou seja, pareada a outra criptomoeda descentralizada, como o Ether (ETH). É o caso da moeda Dai.
  • Stablecoins commodity-colateralizada é lastreada em ativos como metais preciosos ou obras de arte.
  • Stablecoins não-colateralizada ou sem lastro. Sua estabilidade decorre de algoritmos que controlam a quantidade de ativos em circulação.

Quais são as vantagens das stablecoins?

A vantagem destes ativos é que eles são mais fáceis de adquirir do que moedas tradicionais, como euros ou dólares, permitem transferências rápidas para qualquer lugar do mundo, sem pagamento de taxas bancárias, e simplificam o acesso dos investidores às finanças descentralizadas (DeFi).

Ainda assim, a principal vantagem é proteger o capital. Por exemplo, em países onde a moeda local é fraca ou se desvaloriza frente ao dólar, as stablecoins podem ser uma alternativa para evitar que o patrimônio do usuário sofra com as frequentes oscilações. Além disso, as moedas digitais permitem transações rápidas, sem o custo elevado normalmente praticado pelas instituições bancárias.

Outro benefício é a possibilidade de auto-custódia, ou seja, o usuário pode armazená-las em sua própria wallet. Imagine, por exemplo, que a pessoa resolveu vender suas criptomoedas mas não quer deixar o dinheiro na exchange nem transferir para sua conta bancária. Uma solução é converter o valor em stablecoins. Um ponto de destaque é que é possível transferir as stablecoins entre exchanges, sem a necessidade de convertê-las em dinheiro fiduciário.

Além disso, as stablecoins viabilizam trocas entre moedas. Por exemplo, no caso de algumas moedas (como a lira turca) quem está no Brasil precisa, primeiro, trocar o real pelo dólar para depois ir para a lira, arcando com os custos de todos os intermediários destas transações.

Leia mais: 6 vantagens de ter stablecoins na wallet

Por que stablecoins podem ser melhores do que o dinheiro?

O uso do dinheiro está passando por uma grande transformação por causa da economia cada vez mais digitalizada. Moedas fiduciárias como o real estão prestes a ganhar sua versão digital através de CBDC’s, mas as stablecoins continuam sendo uma das melhores opções do mercado.

Embora CBDC’s estejam em desenvolvimento em todo o mundo, a maioria dessas moedas digitais não devem usar um registro distribuído de dados. Enquanto isso, as stablecoins são criadas em um ambiente completamente digital nas redes blockchains, onde o gerenciamento de informações é totalmente descentralizado.

Com isso, as stablecoins trazem mais funcionalidade para o dinheiro, pois, além de ser usada como investimento em criptoativos, também são uma alternativa para as flutuações de preço das moedas fiduciárias.

As stablecoins estão entre os criptoativos mais usados pelos usuários do mercado cripto como forma de pagamento pelas taxas reduzidas em comparação aos meios convencionais, como o cartão de crédito. Para os lojistas, também funciona para proteção da compra, já que a transação não pode ser estornada.

Usar essas moedas digitais de preço atrelado a uma moeda fiduciária também significa acesso rápido ao dinheiro. Enquanto a finalização e confirmação de transações em dinheiro podem demorar dias, a de stablecoins demora apenas alguns segundos.

Dessa forma, a tendência é o aumento do uso de stablecoins para o envio de remessas ao invés de lotes de dinheiro. Confira a explicação do CFO da Transfero, Carlos Russo sobre como as stablecoins fazem parte do futuro do dinheiro.

Onde comprar stablecoins?

A compra de stablecoins pode ser feita por meio de uma exchange. Para isso, é possível utilizar como forma de pagamento uma moeda fiduciária (real, dólar, euro) ou outra criptomoeda.

Primeiro é necessário decidir a stablecoin e depois efetuar a compra na exchange de preferência. No caso do BRZ, a stablecoin brasileira mais bem sucedida do mercado, uma das alternativas é comprar na própria corretora responsável pela emissão do ativo, que é o Transfero App.


Tags