Mercado financeiro está descolado da economia real, aponta especialista

Desempenhos em sentido inverso confirmam tese de investimentos da Transfero para os ativos digitais no cenário imposto pela pandemia de coronavírus

Por Redação  /  8 de junho de 2020
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Os estímulos dados pelos bancos centrais de diversos países para tentar conter os efeitos da crise provocada pela pandemia do coronavírus estão fazendo com que o comportamento do mercado financeiro fique descolado do que acontece na economia real.

A avaliação foi feita por Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX, ao Infomoney. Para ele, em algum momento, vai ficar claro que só uma parte das empresas vai se beneficiar desse pacote de socorro. “Vários setores da economia vão ficar pelo caminho”, afirmou. Quando isso acontecer, “o mercado financeiro vai convergir para setor real e vai realizar”, disse.

De fato, os mercados de ações têm se comportado de forma descolada da economia real. No Brasil, o Ibovespa voltou a níveis pré-quarentena, mesmo com toda a expectativa de queda na demanda fruto da redução da renda, negócios fechados. Isso em um país cujos pedidos de auxílio emergencial pela população já somam R$ 56 milhões.

Nos Estados Unidos, o número de pedidos de seguro desemprego já chega a 33 milhões em sete semanas. E o S&P 500, índice que mede as 500 ações mais negociadas voltou a níveis de março, com aproximadamente 3.100 pontos.

Mercado financeiro distante da economia real na tese da Transfero

O descolamento entre o mercado real e o financeiro está contemplado na tese de investimentos da Transfero Swiss, que prevê que os criptoativos serão os de melhor performance no biênio atual. Esse descolamento está intimamente ligado à atuação dos bancos centrais na economia. Por exemplo, o Bank of Japan está entre os dez principais acionistas de 47% das empresas da bolsa de valores de Tóquio, hoje a terceira maior do mundo.

O bitcoin, por outro lado, é livre de interferência governamental e tem sua emissão limitada a 21 milhões de unidades, o que o torna um ativo escasso como metais preciosos, como o ouro e a prata. Historicamente, esses são ativos de proteção em períodos de crise sistêmica, como os que estamos passando agora.


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