Mercado brasileiro de criptomoedas deve crescer fortemente

Com o avanço da regulamentação, a expectativa é de que o mercado de criptoativos cresça no Brasil; porém o foco dos investidores institucionais será a diversificação de aplicações

Por Redação  /  11 de março de 2021
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“Com a grande valorização do bitcoin e o início da regulamentação no Brasil, muitos investidores institucionais devem passar a alocar parte de seu capital em criptomoedas”, disse sobre o mercado brasileiro de criptomoedas o diretor de Produtos e Parcerias da Transfero Swiss, Safiri Felix, que participou da Semana Cripto, um evento organizado pela plataforma de trading Nelogica.

Segundo ele, o reconhecimento da atividade econômica das empresas de custódia e intermediação de criptoativos, aliado à Instrução Normativa 1.888, que estabelece a obrigatoriedade de reporte das transações à Receita Federal, por parte de corretores e investidores e, neste ano, o código específico para registro no Imposto de Renda, fazem com que o mercado se torne mais seguro e, com isso, atraia mais investidores. 

“A ideia é de diversificação de investimentos: comprar bitcoin ao invés de deixar sua moeda derretendo no bolso”, destacou. Safiri, que atua nesse segmento desde 2013, afirma que movimentos como o da Tesla, que alocou recentemente uma grande quantidade de recursos em criptoativos, e rumores de que a Oracle deve fazer o mesmo, estimulam empresas de todos os portes a olharem para a possibilidade, como medida de proteção de seu capital.

Criptoativos protegem moedas da desvalorização

Na análise do especialista, as criptomoedas não são uma opção para substituir meios de pagamento, mas sim para proteger os recursos financeiros da deflação. “Até existem usos específicos, como remessas internacionais, mas hoje a narrativa mais forte é a da escassez digital programada. Essa tese vem ganhando popularidade, especialmente com as preocupações com a volta da inflação”, explicou.

valorizacao do bitcoin
Safiri destacou que, com a valorização do bitcoin, vemos cada vez mais bancos e casas de análise olhando para as criptomoedas. “Existe um incentivo à acumulação, o ativo é escasso e a perspectiva de inflação é real. Isso cria um ambiente interessante para investir”, disse. 

De acordo com o especialista, o mercado está maduro, tem soluções de custódia e existe oportunidade de proteger finanças do aumento de custos. “Estamos no auge do valor do bitcoin. Hoje, em um dia bom, a B3 movimenta mais de R$ 50 bilhões; o bitcoin, mais de US$ 50 bilhões”.

Porém, em sua avaliação, o mercado é cíclico. “À medida que ganha tração, será que teremos queda maior ou acumulação? A perspectiva é de que esse ciclo vá até 2024”, disse Safiri. “Ou o bitcoin vai se valorizar substancialmente até lá, ou a perspectiva é de que a gente tenha um ajuste e passe a negociar em um valor menor que o atual. Mas a possibilidade de êxito tem se mostrado cada vez mais provável, dados os aportes e o fluxo de capital que tem entrado no mercado”.

BRZ beneficia mercado brasileiro

O especialista considera que ainda existem perspectivas interessantes de valorização. Inclusive, um Relatório do Citi GPS, braço de inovação do Citigroup, diz que o bitcoin está perto de um movimento de adoção massiva. 

No entanto, segundo ele, o nível de assimetria, agora, está maior do que no final do ano passado (2020).  Portanto, em sua opinião, o recomendado é ter o máximo possível de bitcoin e algo entre 10% e 20% de ether (ETH) e outras moedas. 

Para investidores nacionais, o BRZ, que tem paridade com o real, é uma estratégia para ter estabilidade cambial. “A principal vantagem é a possibilidade acessar o mercado internacional de criptoativos sem se expor à volatilidade. Como a stablecoin transaciona globalmente, abre um leque de possibilidades para os investidores”, diz Safiri. 


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