Lightning Network não compete com cartões de crédito, diz executiva

A CEO e co-fundadora da Lightning Labs, Elisabeth Stark, opina que a camada extra do bitcoin deverá ser usada para casos específicos

Por Redação  /  3 de março de 2020
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A Lightning Network não terá o uso disseminado em casos que já existem outras soluções de pagamento, afirma a CEO e co-fundadora da Lightning Labs, Elizabeth Stark. A empresa é responsável pelo desenvolvimento da Lightning Network, camada extra do bitcoin em desenvolvimento, voltada para pagamentos.

“Na minha opinião pessoal, não acho que a Lightning será usado para o café, para isso você tem seu cartão, mas para casos em que você precisará dessa opção”, contou ao PanoramaCrypto após participação no primeiro Bitcoin Tech Meetup, organizado pela Bitcoin Assembly, com o tema “Escalando o bitcoin e construindo o ecossistema Lightning Network”, realizado na quinta-feira (27/02), no PlugCLXT, em São Paulo.

A respeito de uma das máximas disseminadas entre muitos entusiastas do tema, “quem tem bitcoin não gasta bitcoin”, Elizabeth comentou que deve ocorrer algo parecido com o que é aplicado ao dinheiro atualmente, como, no Brasil, nas contas poupança e corrente. “São coisas diferentes. O bitcoin você usa para grandes quantidades e, para o dia a dia, a Lightning Network”, afirmou.

Elizabeth Stark falou sobre os maiores desafios que estão sendo encarados pela Lightning, com destaque para a usabilidade. “Acredito que a usabilidade é realmente um ponto-chave.  Mas, para resumir, a segurança, a usabilidade e o tempo que leva para desenvolver são os desafios”, disse lembrando que, assim como deve acontecer com as criptomoedas, a internet, que foi criada em 1969, levou anos para se popularizar.

Hoje com a Lightning é possível mandar um Satoshi, que é a menor fração de bitcoin, para outro lugar.

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“Bitcoin coloca todas as pessoas loucas juntas”

Ao ser apresentada a uma plateia bastante variada de entusiastas do assunto, a executiva brincou que um dos motivos de gostar de bitcoin é porque o tema “coloca todas as pessoas loucas juntas”.

Elizabeth respondeu ainda a perguntas feitas em tempo real pelos espectadores e começou a apresentação explicando seu interesse pelo bitcoin. “Para mim, o bitcoin se desdobra em muitas áreas de interesse, envolve criptografia, leis de regulação, economia”, afirmou. Para explicar o que é a Lightning Network, a executiva fez uma analogia com a rede Visa de micropagamentos. “Hoje com a Lightning é possível mandar um Satoshi, que é a menor fração de bitcoin, para outro lugar”, explicou.

Um dos pontos abordados pela executiva durante o encontro foi a dificuldade que é fazer transações de valores pela internet. “Eu sei que no Brasil as pessoas usam bastante Whatsapp, um pouco o Twitter, Instagram, e é possível mandar foto por todos esses aplicativos. Mas se eu estou na Europa e quero mandar dinheiro para um amigo na Argentina é muito difícil hoje. Por que não podemos anexar valores como nós anexamos imagens?”, perguntou. A executiva se mostrou positiva quanto “à ideia de que podemos ter esse protocolo global de valor e fazer transações”.