Investir em bitcoin diretamente ou por meio de ETFs tem diferenças

Optar por ETFs de criptoativos é uma forma simplificada de investir; porém, além de custos extras, significa que os usuários abrem mão da autonomia

Por Redação  /  7 de julho de 2021
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Uma das grandes vantagens de investir em criptoativos é a ausência de intermediários, o que proporciona mais autonomia aos usuários e também menores custos. Porém, ao mesmo tempo, esse tipo de investimento demanda maior conhecimento do mercado crypto e, em alguns casos, a exposição a determinados riscos.

Por isso, dois fundos (ETFs, sigla para Exchange Traded Funds) baseados em criptomoedas (HASH11 e QBTC11) têm chamado a atenção de quem quer entrar nesse universo, mas ainda precisa de uma certa segurança – que é o que a intermediação faz. Ao optar pelos ETFs, não é necessário ter uma conta em uma corretora de criptoativos e uma carteira digital nem se preocupar com chaves de segurança. Além disso, essa opção traz mais segurança no caso de eventuais problemas relacionados à corretora que faz a custódia das moedas.

Assim, existem vantagens e desvantagens em cada caso. Para entender melhor, confira os detalhes sobre os dois fundos.

HASH11

O fundo, gerido pela Hashdex, estreou na B3 em 22 de abril. A corretora, que já tem fundos de investimento em criptomoeda há algum tempo no Brasil, está registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e já criou um fundo de criptomoedas na Bolsa de Bermudas em parceria com a Nasdaq.

O HASH11 está ligado ao Nasdaq Crypto Index, índice criado pela parceria da Nasdaq com a Hashdex, e oferece oito criptomoedas em seu portfólio (bitcoin, ethereum, litecoin, chainlink, bitcoin cash, stellar, filecoin e uniswap). Sua taxa de administração é de 0,3% ao ano. No momento, ele vem tendo queda, seguindo o movimento de baixa do bitcoin.

QBTC11

O QBTC11 estreou na B3 em 23 de junho. Quem investir, terá exposição 100% em bitcoin. Ele é o segundo ETF de bitcoin do mundo, depois do QBTCC, negociado no Canadá, e o primeiro da América Latina.

A gestora do QBTC11 é a QR Asset Management e o fundo usa como referência o índice oferecido pela Chicago Mercantile Exchange (CME), que tradicionalmente baliza contratos futuros de bitcoin. Sua taxa de administração é de 0,75% ao ano, menor que a do HASH11. A grande diferença entre os dois fundos é que o QBTC11 replica somente o valor do bitcoin, enquanto o HASH11 considera oito criptomoedas.

Quais as vantagens de investir diretamente em bitcoin?

Depois de conhecer melhor os dois fundos, vale a pena analisar a possibilidade de investir diretamente na criptomoeda, arcando com menores taxas e com maior autonomia na negociação.

Além disso, vale ressaltar que quem investe em bitcoin e faz a compra em dólar acaba tendo o risco cambial, pois há o risco da cotação do dólar cair. Uma forma de contornar esse problema é utilizando o BRZ, que é pareado ao real, para a compra da criptomoeda.

Outro aspecto que é preciso considerar é que não existe isenção de imposto para cotas de ETFs negociadas com lucro, independentemente do valor. Já a tributação do bitcoin permite isenção nas alienações com lucro até o limite de negociação mensal de R$ 35 mil.

Assim, ao analisar os prós e contras, fica claro que a opção mais vantajosa é investir diretamente na criptomoeda, assumindo, no entanto, todos os riscos relativos à volatilidade e gestão das informações. Porém, para quem está iniciando no mercado, os fundos podem oferecer uma segurança maior.