Como a libra vai impactar o sistema financeiro internacional

Criptomoeda do Facebook já nascerá com um porte com potencial para uma adesão global; veja o que dizem os especialistas sobre seu impacto no sistema financeiro

Por Redação  /  14 de julho de 2019
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A Libra, moeda digital que vai rodar numa blockchain capitaneada pelo Facebook, foi anunciada com imensa repercussão. Goste-se ou não dela, o fato é que pelo porte do próprio Facebook e dos parceiros anunciados, os impactos da Libra no sistema financeiro serão gigantes. A principal mudança deverá ocorrer no sistema financeiro internacional. Bancos comerciais e centrais estão apreensivos com a criação da moeda. Por outro lado, políticos estão bastante receosos, sobretudo com relação às moedas locais.

Para a especialista em blockchain Eloísa Marchesoni, ao facilitar as transações, a Libra terá o potencial de ser uma moeda global paralela e modificar completamente o sistema financeiro internacional. Inicialmente bancos podem perder mercado em pagamentos. Além disso, moedas locais muito voláteis podem perder completamente a importância. Por outro lado, a Libra pode acumular títulos de governos, se tornando um dos maiores credores de alguns países.

Ainda na linha dos impactos da Libra no sistema financeiro, o protocolo de pagamento Libra pode tornar os bancos, tanto centrais quanto comerciais, irrelevantes, de acordo com o CEO da gigante de derivativos BitMEX. Para ele, mesmo que a Libra seja uma plataforma centralizada que possa congelar transações e usuários específicos, os bancos ainda enfrentarão grandes reviravoltas.

Políticos temem impactos da Libra em seus sistemas financeiros
Sistema Financeiro

É uma Lei da Física: a toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade. E nesse caso, a reação é dos políticos. Após o anúncio da Libra, diversos países começaram a se movimentar. A China já sinalizou que pretende criar uma moeda digital própria, em resposta à Libra. Na Alemanha, alguns políticos querem a criação de um euro digital. Os Estados Unidos pediram para o Facebook colocar os planos da Libra em espera aguardando resultados de investigações.

Ainda nos EUA, o presidente do Fed, o Banco Central do país, Jerome Powell, disse a Libra  levanta “sérias preocupações” que merecem uma profunda revisão regulatória.

“A Libra levanta preocupações sérias em relação à privacidade, lavagem de dinheiro, proteção ao consumidor e estabilidade financeira”, disse ele em um depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados.

A França, por sua vez, criará uma força-tarefa do G7 (grupo de países mais ricos do mundo) para estudar como bancos centrais vão garantir que criptomoedas como a libra, do Facebook, serão regidas por leis que vão desde a lavagem de dinheiro até regras de proteção ao consumidor.

Os bancos da região da zona do euro planejam aderir ao sistema de pagamentos em tempo real até o final de 2020, por temerem a futura criptomoeda do Facebook. A região de 19 países já teria o sistema de pagamentos em tempo real desde 2017, mas apenas metade dos bancos da região o aderiu. Após o anúncio do Facebook da Libra, os bancos agora sentem o calor da concorrência.

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Libra nasce com imenso potencial de uso no dia a dia

O fato de a Libra já nascer com parceiros como Visa, Mastercard, Uber, PayPal, Booking.com, Spotify e Vodafone dá à futura moeda do Facebook um enorme potencial de ter uma adoção em massa para pagamentos no dia a dia. Além disso, está previsto que quando a moeda entrar em operação, já serão cerca de 100 parceiros.

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