Halving fará custo de mineração dobrar, segundo pesquisa

Firma de análises TradeBlock prevê que o custo médio para se minerar 1 bitcoin dobre após o halving, levando máquinas menos eficientes a serem desligadas

Por Redação  /  19 de março de 2020
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O custo médio de mineração de 1 bitcoin após o halving pode dobrar, segundo a empresa de pesquisas crypto TradeBlock. Isso porque os mineradores terão que rodar o dobro de poder computacional, com consequente aumento no gasto de energia, para obterem a mesma quantidade de bitcoins de agora. O tema é assunto da nossa quarta matéria do especial que o PanoramaCrypto está fazendo sobre o halving do bitcoin.

De acordo com a firma, o custo deve saltar de US$ 6.851 para US$ 12.525 após o halving. O valor está muito acima do preço do bitcoin atual, na casa dos US$ 5 mil – e de US$ 10 mil quando foi feita a análise. Assim, o halving deve atingir em cheio a rentabilidade desses agentes e muitas máquinas deverão ser desligadas.

Segundo o Coindesk, esse cenário é uma lição de economia dos ciclos de mercado do bitcoin, muito semelhantes aos dos mercados de commodities. Sendo assim, mineradores terão de atualizar suas máquinas para minerar de forma mais eficiente e lucrativa de forma que o custo para obter um bitcoin seja menor do que a cotação atual da moeda.

Analistas do banco norte-americano JPMorgan Chase comparam a mineração de bitcoin à perfuração de poços de petróleo. Se os custos para descobrir um barril de petróleo forem maiores do que o preço do barril, não vale a pena perfurar e muitos interrompem a atividade.

estimativas do tradeblock
Estimativas do TradeBlock são conservadoras

É verdade que algumas das estimativas do TradeBlock são bastante conservadoras. E foram feitas antes da atual correção do mercado que levou 1 bitcoin a um patamar de US$ 5 mil. Eles assumem que o poder de processamento permaneça no nível de quando foi feito o estudo e custos de eletricidade de US$ 0,06 por kWh. Vale lembrar que há mineradores pagando US$ 0,02 por kWh pela eletricidade.

Além disso, o estudo estima que 30% dos mineradores vão migrar para máquinas mais eficientes. No entanto, a tendência, segundo pesquisadores, é que as máquinas antigas sejam desligadas e somente as mais modernas e eficientes fiquem em operação. Portanto, é provável que as mineradoras sejam dominadas por essas máquinas mais eficientes.

Ademais, muitos analistas consideram que o halving tende a provocar uma forte alta no preço das criptomoedas nos 12 a 18 meses após o evento.  A depender do preço que a criptomoeda atingir, a mineração com máquinas não tão eficientes pode se viabilizar.