Fidelity dá primeiro passo para custódia de criptomoedas na Europa

Tradicional gestora de investimentos dos EUA, a Fidelity atuará como custodiante para uma empresa de investimentos em ativos digitais com sede em Londres

Por Redação  /  11 de fevereiro de 2020
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O braço de criptomoedas da Fidelity Investments lançou sua primeira incursão na Europa. Com isso, a companhia, que figura entre os maiores gestores de investimentos do mundo, está abrindo uma nova frente de esforços para que os ativos digitais se tornem o investimento principal. O alvo são escritórios familiares – que gerem fortunas de famílias ricas -, gerentes de patrimônio e algumas empresas de criptomoedas.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, a Fidelity Digital Assets atuará como custodiante do bitcoin mantido pela empresa de investimentos em criptomoedas Nickel Digital Asset Management, sediada em Londres.

A falta de serviços de custódia oferecidos por grandes empresas financeiras é um dos motivos pelos quais grandes investidores em todo o mundo não investem em ativos digitais. Investidores institucionais, via de regra, não fazem custódia de ativos.

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Fidelity na Europa como vetor de valorização

Sendo assim, a incursão da Fidelity na Europa representa um importante passo para o sentimento em relação às criptomoedas. Se a custodiante conseguir atrair um número significativo de interessados, as expectativas de aproximação de investidores institucionais dos ativos digitais podem melhorar e serem um vetor de preço para esses ativos.

Embora o cenário esteja mudando pouco a pouco, grandes fundos de pensão e gestores de ativos permanecem céticos em relação às moedas digitais. Apesar dos grandes ganhos potenciais, ainda há insegurança devido à falta de regulamentação e temores de ataques hackers.

O bitcoin, por exemplo, dobrou de valor no ano passado, impulsionado pelas expectativas de crescente adoção por investidores institucionais. Porém, a volatilidade de curto prazo ainda assusta muito desses investidores.

Além disso, a tentativa do Facebook de atrair ativos digitais para o mainstream, com sua moeda libra, ainda está sendo colocada em dúvida. Inicialmente, o ativo encontrou resistências regulatórias fortes nas principais potências mundiais, como EUA, França e Alemanha.

Obstáculos regulatórios na Europa diminuem

No entanto, o head da Fidelity Digital Assets na Europa, Chris Tyrer, acredita que os obstáculos que impedem a participação nos mercados de criptomoedas por investidores institucionais – incluindo a regulamentação, assim como a qualidade dos provedores de serviços e alta volatilidade – estão gradualmente se tornando menores.

“Estamos vendo um aumento no interesse dos investidores institucionais”, disse à Reuters. Ele acrescentou ainda que a regulamentação harmonizada na União Europeia seria útil para os provedores de serviços.

Lançado em 2018, o Fidelity Digital Assets oferece serviços de negociação e custódia de criptomoedas para empresas e corporações financeiras.