ENTREVISTA: Suíça atrai interesse de empresas brasileiras de inovação

O head do Swiss Business Hub Brazil, Philippe Praz, fala sobre os desafios e oportunidades para fintechs blockchain brasileiras na Suíça

Por Redação  /  8 de novembro de 2019
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A Transfero realiza na próxima terça-feira (12/11) um evento na Residência Oficial do Cônsul da Suíça no Brasil, em São Paulo. Um dos convidados para o evento é o head do Swiss Business Hub Brazil, Philippe Praz, que conversou com o PanoramaCrypto sobre o ambiente de negócios na Suíça.

O Swiss Business Hub é o primeiro ponto de contato para empresas interessadas em abrir uma estrutura na Suíça. A agência ligada ao governo suíço dá suporte a investidores e acompanhamento às empresas brasileiras, fazendo a interface com o governo suíço.

Philippe Praz, head do Swiss Business Hub Brazil: fintechs são bem-vindas

Leia abaixo alguns trechos da entrevista:

Empresas brasileiras na Suíça

As principais empresas brasileiras que escolhem a Suíça como local de negócios é da área de inovação. Entre elas, estão diversas fintechs e, nesse universo, algumas empresas blockchain. As fintechs começaram a se interessar mais fortemente pela federação nos últimos dois anos. Recentemente, o Consulado organizou uma missão de empresas blockchain que foram conhecer o ambiente de negócios naquele país.

Principais desafios das empresas brasileiras

Os principais desafios das empresas brasileiras na Suíça dependem muito do tipo de negócio. O executivo afirma que é importante que as empresas interessadas tenham um modelo de negócios bem estruturado e recursos próprios ou de terceiros suficientes para manter o negócio. Além disso, os cantões costumam ser parceiros das empresas, auxiliando no estabelecimento delas.

Dificuldades com bancos

O executivo reconhece que fintechs estrangeiras muitas vezes têm dificuldades de abrir contas bancárias na Suíça. Segundo ele, é preciso convencer os bancos que as fintechs e as empresas que trabalham com crypto são uma tendência do futuro. Recentemente, dois bancos crypto receberam licença regulatória na Suíça e isso deve facilitar a relação com as fintechs.

Libra

A escolha da Suíça como sede da associação de empresas que vai lançar a stablecoin libra é mais um impulso para o desenvolvimento do ambiente crypto no país europeu, mas ainda há muitos desafios regulatórios a serem vencidos. A Finma, equivalente da CVM brasileira, vai acompanhar o roadmap da empresa e é preciso enfrentar resistências dentro do próprio governo suíço e da Europa como um todo. Por sua vez, a própria empresa terá que se adequar à regulação se quiser seguir em frente.

Crescimento

O interesse de fintechs blockchain brasileiras pela Suíça teve um forte crescimento em 2017 e 2018. No ano passado, o Swiss Business Hub Brazil recebeu cerca de 20 consultas de empresas interessadas em se estabelecer na Suíça. Em 2019, esse número se estabilizou. Isso pode ser explicado pelo ambiente mais favorável no próprio Brasil, com a MP da Liberdade Econômica e do anúncio da criação de uma sandbox regulatória.