Por que está tão caro operar na Ethereum?

Com o valor mais alto do gas, quem opera na rede Ethereum vai em busca de opções com prazo e custos menores

Por Redação  /  27 de outubro de 2020
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Operar na rede Ethereum ficou mais caro. Mais precisamente, o preço do gas no Ethereum subiu, e o sucesso do DeFi (finanças descentralizadas) tem papel importante neste movimento. Como está mais caro fazer transações no Ethereum, muitos estão migrando para as chamadas sidechains, que têm custo inferior e o tempo para concluir a operação também é menor.

O que é o gas?

O gas tem a ver com o trabalho feito na rede. A medida desse trabalho é a Gas Unit. Como há um limite no número de gas units que o Ethereum consegue processar por vez, quem minera nesta rede precisa selecionar as operações que fazem, ou podem congestionar a rede.

E essa “peneira” leva em conta a remuneração por cada gas unit, este valor recebe o nome de Gas Price. Ou seja, quem quer ter prioridade, oferece um gas price mais alto. Se seu gas price não for interessante, seu pedido ficará em uma espécie de “pool” até que algum minerador o escolha — o que pode não acontecer a tempo, e você precisará dar o comando de novo.

Para se ter uma ideia do volume dessas taxas, mais de 17.500 ETH ( ou US$ 6,5 milhões, no dia em que esta reportagem foi escrita) são gastos diariamente com esses pagamentos no Ethereum, conforme relatório de agosto da Glassnode.

Como o DeFi deixou o Ethereum mais caro?

O boom do DeFi elevou ainda mais o número de operações no Ethereum. Portanto, há mais gente elevando seus gas prices para ganharem prioridade na rede. Isso fez com que operar no Ethereum ficasse bem mais caro.

Ainda conforme o relatório da Glassnode, muitos dos projetos de DeFi não só transferem tokens entre si. Além disso, eles usam smart contracts com alto índice de gas para outras ações, como formação de pool e empréstimos.

E, entre os DeFi, um projeto se destaca por fazer com que operar no Ethereum fique mais caro: o Uniswap. O queridinho das finanças descentralizadas respondeu por 39% das taxas entre os 20 principais contratos no mês de agosto.

Cenário para as stablecoins

Outro sucesso que afeta as taxas no Ethereum é a stablecoin com lastro em dólar USDT. Sozinha, ela respondeu por 14% de todas as taxas pagas no Ethereum em agosto até a publicação do estudo da Glassnode.

criptomoedasAs outras stablecoins — criptomoedas com lastro em algum ativo, digital ou não — responderam por 1,2% das taxas.

Quais são as alternativas?

Uma das alternativas para as operações são as sidechains. Essas blockchains secundárias são ligados a uma blockchain principal. Para operar na sidechain, trava-se um valor na blockchain principal (geralmente, ele é enviado a um endereço onde fica “guardado”).

Então, libera-se um valor igual na sidechain, onde é possível fazer as operações de maneira mais rápida e com custo mais baixo. Assim, contornam-se as altas taxas das plataformas principais, como o Ethereum.

Uma dessas redes alternativas é a RSK Infrastructure Framework (RIF). O foco da ferramenta é o bitcoin, mas, desde o começo de outubro, ela opera também com a stablecoin DAI. Já o tether opera também na sidechain da Liquid BlockStream, que usa o Bitcoin como rede principal.

Há diversas sidechains, entre elas há algumas bem específicas, como a GameChain, que é otimizada para jogos on-line.

Outra opção é operar em blockchains que não sejam sidechains. Esta foi a escolha do USDC. A partir de 2021, esta stablecoin com lastro em dólar vai estar disponível também no blockchain Stellar.

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