Entenda o que são e como funcionam as stablecoins

Lastreadas por alguma moeda ou ativo, as stablecoins são alternativa para proteção em momentos de volatilidade, e já há 200 delas no mercado

Por Redação  /  1 de outubro de 2020
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As stablecoins vêm ganhando espaço ultimamente, sobretudo graças à alta volatilidade do bitcoin. Mas o que são essas tais moedas estáveis? Enquanto as criptomoedas, em geral, não têm lastro, as stablecoins são lastreadas. Geralmente, este lastro é uma moeda nacional, mas também pode ser uma commodity. Por isso, as moedas digitais “comuns” costumam ter oscilações de preço, enquanto as stablecoins não sofrem esse processo.

Embora possa parecer uma desvantagem ter um ativo que não se valoriza, ter stablecoins na carteira pode ser útil. Elas agilizam, por exemplo, a compra de outros criptoativos em momentos oportunos. Além disso, elas protegem os investidores das volatilidades e são vistas como porta de entrada para o mercado crypto.

O mercado das stablecoins vem experimentando forte crescimento. Enquanto elas eram mais de 50 em fevereiro de 2019, o número chegou a 200 este ano, segundo reportagem de março do Finextra.

Como comprar stablecoins

Uma dessas stablecoins é o BRZ, ou Brazilian Digital Token. Lançada em 2019 pela Transfero Swiss AG, ela é a primeira stablecoin denominada e pareada em reais. Um ano depois, o BRZ é a stablecoin brasileira mais negociada.

As stablecoins estão disponíveis em algumas exchanges. Para comprá-las, é preciso abrir uma conta em uma dessas plataformas e então “carregar” essa carteira com dinheiro “real” ou criptomoedas. São esses recursos que você vai usar para comprar suas stablecoins.

exchange
Brasileira BRZ está disponível em plataformas nacionais e estrangeiras

Antes de escolher a exchange, é importante checar se ela negocia a(s) stablecoin(s) em que você tem interesse. O BRZ, por exemplo, está disponível tanto em plataformas brasileiras quanto nas estrangeiras. As nacionais que operam com a stablecoin brasileira são BitPreço, BitRecife, Profitfy, Union Trade Capital, BRZCrypto, Bizanc e NovaDax. Já as internacionais são: FTX, AdvCash, BitForex, BitTrex, EMX, Simex, Transfero Liechtenstein, VirgoX, ZBX.

Há dois possíveis caminhos para consultar os valores de uma stablecoin. Mas, antes de mais nada, é preciso saber o código da moeda (que costuma ser uma combinação de letras). Com isto em mãos, a primeira opção é pesquisar este código em um site que monitore o mercado, como o Coin Market Cap. Ou é possível checar diretamente no site da exchange.

Tether é destaque com US$ 15 bi de capitalização

No entanto, nem toda stablecoin é totalmente centralizada. Essa exceção é a DAI, uma stablecoin com lastro em dólar. Em vez de ser estabilizada por bancos, um token de governança (MKR) faz essa função. Para usar a DAI, o usuário deve depositar ativos como garantia em “Cofres Maker”, dentro da plataforma da Maker, criadora da DAI. A plataforma, então, gera DAIs, mas o valor destas não ultrapassa o da garantia, informa a empresa. A partir daí, o criptoativo passa a poder ser usado.

A DAI é uma das principais stablecoins em negociação hoje. A seu lado estão também USDC e Tether. Esta última alcançou os US$ 15 bilhões em capitalização de mercado no dia 17 de setembro, conforme tweet da empresa. A publicação diz ainda “em apenas um mês, a capitalização de mercado do Tether cresceu mais de US$ 3 bilhões”.

Embora este valor represente só uma fração da capitação de mercado do Bitcoin (mais de US$ 198 bilhões, no dia em que esta matéria foi escrita, segundo o CoinGecko), ele supera com folga o das outras duas principais stablecoins. No mesmo dia, a capitalização de mercado do USDC era de US$ 2,5 bilhões; enquanto o DAI somava US$ 903 milhões.


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