Desde que foi anunciada, a libra, stablecoin capitaneada pelo Facebook, sofreu alguns reveses. Desde então, sete empresas saíram da Associação Libra. Alguns deles bem emblemáticos, como o PayPal, que foi o primeiro a se retirar.
Na sequência, grandes players financeiros internacionais deixaram o projeto: Visa, Mastercard, Stripe, eBay, Mercado Pago e PayPal.
E a saída desses players ocorreu logo após os primeiros sinais de que o projeto enfrentaria barreiras regulatórias em nível global. A maior delas vinda dos Estados Unidos. O próprio secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, confirma essa visão:
Os apoiadores da criptomoeda libra do Facebook abandonaram o projeto devido a preocupações de que a stablecoin não cumprisse os devidos padrões de regulação (…) Continuaremos a avaliar e nossa decisão final dependerá de vários fatores, incluindo a capacidade da associação de satisfazer plenamente todas as expectativas regulatórias necessárias.
O projeto enfrentou resistências também dentro do G7. Logo após a saída das empresas parceiras, o grupo de trabalho do G7 divulgou um relatório preliminar sobre as stablecoins globais. O documento avalia projetos como a libra como uma ameaça potencial à estabilidade financeira internacional, devido a desafios regulatórios.
O grupo de trabalho, juntamente com o Conselho de Estabilidade Financeira, apresentou uma série de questões envolvendo as stablecoins, incluindo privacidade e proteção de dados, conformidade com AML/CFT e KYC, evasão fiscal, concorrência leal e integridade do mercado.
O que será da Libra?
Mesmo com a perda recente dos parceiros, a Associação Libra mantém o planejamento de lançar o projeto com os 100 membros inicialmente previstos. Isso incluiria novos parceiros financeiros e bancários.
De acordo com Bertrand Perez, diretor de Operações e gerente interino da Associação Libra, a recente saída das empresas não impedirá o lançamento da criptomoeda. Por enquanto, o projeto liderado pelo Facebook não tem parceiros bancários entre seus 21 membros fundadores.
Existe apenas um Visa, um Mastercard. Não direi que temos algo equivalente a essas companhias, mas temos empresas respeitáveis que também são muito ativas no espaço financeiro e bancário.
Em matéria no Coindesk, o executivo ressaltou ainda que a perda dos parceiros pode retardar o cronograma, mas o projeto não será afetado.
Com um projeto tão grande e a visão que estamos tendo, não fará uma diferença real se lançarmos alguns meses mais tarde ou se fosse antecipado.
A Associação Libra declarou que cerca de 1.500 empresas manifestaram interesse em ingressar no projeto. Dessas, cerca de 180 atendem aos critérios estabelecidos.