El Salvador é o primeiro país a adotar bitcoin como moeda de curso legal

Medida aprovada pelo Congresso daquele país é um marco histórico para a área de criptomoedas e pode ser seguida por outras nações

Por Redação  /  10 de junho de 2021
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El Salvador tornou-se o primeiro país do mundo a adotar o bitcoin como moeda de curso forçado, informou o Valor Econômico. Na prática, isso significa que empresas e pessoas precisam aceitar o bitcoin como meio de pagamento desde que haja possibilidade tecnológica.

O país centro americano já não tinha uma moeda própria desde 2001, quando adotou o dólar como moeda corrente. Empresários comemoraram a decisão, já que boa parte dos cidadãos não têm serviços financeiros disponíveis. Acredita-se também que a adoção do bitcoin ajudará no desenvolvimento da economia do país.

A medida de El Salvador é um marco histórico para as criptomoedas e sobretudo para o bitcoin. E será um grande teste para a criptomoeda líder e para a sua Lightning Network, camada de transações rápidas e escaláveis da moeda. Sem essa camada, é possível que a adoção do bitcoin não fosse possível já que as transações podem levar de minutos a horas para se concretizarem.

Há um sentimento no mercado de que outros países podem seguir pelo mesmo caminho, a exemplo do que aconteceu quando a Microstrategy informou que compraria bitcoin para ter em caixa. A Índia, por exemplo, que queria proibir a moeda, já sinalizou que pode aceitá-la.

O bitcoin é visto como um instrumento de reserva de valor e proteção contra a inflação. A pandemia do coronavírus escancarou a injeção trilionária de capital no mercado pelas maiores nações do mundo e todo esse dinheiro no mercado pode gerar uma hiperinflação no futuro.

Lei reflete uma prática já difundida no país

De acordo com o advogado Guilherme Bandeira, que traduziu o livro O Padrão Bitcoin para a língua portuguesa, a nova legislação apenas reflete uma situação comum no país, que tem o dólar americano como moeda oficial.

“Centenas de famílias salvadorenhas já usam bitcoin como moeda e como reserva de valor, e já compram e vendem produtos usando bitcoin. Inclusive para muitos é a forma mais segura e barata de receber remessas de parentes que vivem em outro país”, ressaltou ele em artigo publicado dias antes de a novidade ser aprovada.

Na economia de El Salvador, as remessas enviadas por salvadorenhos que residem em outros países equivalem a 22% do Produto Interno Bruto (PIB). Antes do bitcoin, conforme Bandeira, os salvadorenhos perdiam boa parte de sua renda para os bancos, por causa do pagamento de taxas de remessas abusivas. Assim, com a criptomoeda, essas pessoas passaram a receber as remessas em moeda forte, pelo celular ou computador, sem exposição a riscos. 


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