Davos: Ecossistema crypto vai se desenvolver com casos de usos reais

Países e regiões nos quais houver casos reais de usos desses ativos podem se beneficiar mais da tecnologia blockchain e criptomoedas no aspecto financeiro

Por Redação  /  24 de janeiro de 2020
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O ecossistema de criptomoedas e blockchain vai se desenvolver organicamente em países e regiões nos quais haja casos reais de usos desses ativos, prevê o CEO da Transfero, Thiago César, em Davos, durante evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial. Hoje já se pode demonstrar isso nos exemplos diversos na América Latina onde as criptomoedas estão resolvendo problemas reais das pessoas.

O executivo mencionou o caso venezuelano. Naquele país, o público está usando o bitcoin como meio de sobrevivência. Na outra ponta, cidadãos estão tirando proveito do baixo custo da energia no país, subsidiada pelo governo, para minerar bitcoin e ter um meio de sobrevivência diante de uma crise quase humanitária naquele país.

O caso da Argentina também foi mencionado. Lá, as criptomoedas estão sendo usadas para combater a inflação e o forte controle de capitais.

O Brasil não ficou de fora da fala do executivo. Por aqui, embora a situação não esteja tão complicada quanto na Argentina e Venezuela, os brasileiros estão usando as criptomoedas para acessar o mercado financeiro internacional diante da impossibilidade de se ter uma conta corrente em moeda estrangeira e um limite para a compra de dólares por pessoa.

O principal uso brasileiro é para ter uma solução diante dos controles de capital existentes no país. “Desde 2016, pequenas e médias empresas estão comprando bitcoin para trocar por dólares fora do Brasil. É um caso de uso real das criptomoedas na área de finanças”, conta Cesar.

Desde 2016, pequenas e médias empresas estão comprando bitcoin para trocar por dólares fora do Brasil. É um caso de uso real das criptomoedas na área de finanças

Stablecoin é um dos casos de usos das criptomoedas

Assim, enquanto não faz sentido um cidadão britânico ou suíço trocar suas moedas líquidas internacionalmente por uma stablecoin, para cidadãos e empresas brasileiras isso faz muito sentido. Aliás, é esse o problema que o BRZ, stablecoin pareada em real, se propõe a resolver. “O BRZ é uma moeda que criamos como meio para internacionalizar o real brasileiro”, afirmou Cesar.

Nesse sentido, países da América Latina e Leste Europeu podem se beneficiar muito da tecnologia blockchain e são neles que estão as principais oportunidades de negócios em blockchain e criptomoedas. “O bitcoin e as criptomoedas vão possibilitar um rearranjo do sistema financeiro internacional com países desses locais não mais precisando de intermediários para fazer suas trocas comerciais”, conclui o executivo.

Thiago Cesar participou do painel Ecossistemas Blockchain Líderes Mundiais durante a edição especial do CV Summit, em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.


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