Criptomoedas em Cuba: ilha deve reconhecer e regular criptoativos

O governo de Cuba afirma que reconhecerá - e regulamentará - criptomoedas para pagamentos na ilha; medida visa driblar embargo dos EUA

Por Redação  /  27 de agosto de 2021
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O governo de Cuba  anunciou que irá reconhecer as criptomoedas para pagamentos na ilha. Resolução publicada no Diário Oficial disse que o Banco Central estabelecerá regras para essas moedas e determinará como licenciar fornecedores de serviços relacionados dentro do país.

A popularidade das criptomoedas em Cuba decorre da dificuldade dos cidadãos utilizarem dólares, em parte devido às regras de embargo mais rígidas impostas pelo ex-presidente Donald Trump.Cuba é a segunda nação centro-americana a sinalizar com um reconhecimento legal das criptomoedas. El Salvador anunciou recentemente que reconheceria o uso bitcoin como moeda de curso legal, como forma de incentivar remessas internacionais de seus cidadãos que vivem no exterior.

Criptomoedas em Cuba motivadas por interesse socioeconômico

A resolução diz que o Banco Central pode autorizar o uso de criptomoedas “por motivos de interesse socioeconômico”, mas com o Estado garantindo que suas operações sejam controladas. Também observou explicitamente que as operações não podem envolver atividades ilegais.

Um especialista local em criptomoeda, o programador Erich García, disse à ABC News que alguns cubanos já estão usando criptoativos, geralmente por meio de cartões-presente, para compras online.

Bitcoin como alternativa à esfera de influência do dólar

Os criptoativos têm encontrado casos de uso em países em que a população enfrentam dificuldades para usar dinheiro fiduciário livremente, sobretudo para remessas internacionais. E têm sido usadas também para desafiar o padrão-dólar e ficarem menos dependentes de bancos norte-americanos.

Ao transformar o bitcoin em moeda de curso legal, países centro-americanos estão permitindo que o comércio bilateral, transferências internacionais e arranjos econômicos saiam da esfera de influência do dólar sob um contexto de inovação tecnológica, sem se caracterizar como uma afronta ao legado financeiro dolarizado.