Criptoativos protegem seu capital, afirma CEO do Alter

Os criptoativos devem se popularizar quando as pessoas entenderem que eles são capazes de preservar o capital da inflação

Por Redação  /  6 de janeiro de 2022
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Em 2021, o Alter foi comprado pelo Méliuz, empresa de tecnologia que conecta marcas a consumidores por meio de seu marketplace e da oferta de serviços financeiros. O objetivo da nova aquisição, estimada em R$ 26 milhões, de acordo com o fundador e CEO do Alter, Vinicius Frias, é o fato de que a plataforma Méliuz quer seguir ampliando a vertical de serviços financeiros, incluindo a área de criptomoedas

Em entrevista exclusiva ao PanoramaCrypto, Frias, que permanece como CEO do Alter e Diretor da vertical crypto no Méliuz, fala sobre a importância de popularizar o uso de criptoativos, mencionando que a plataforma é uma excelente ferramenta para isso.

“Muitas pessoas usam o Méliuz em função dos descontos e cashbacks. A partir do momento em que houver opções, como usar o cashback para compra de crypto, ou pagamentos com criptoativos, os usuários ficarão mais confiantes com esse mercado. E quem está entrando no setor agora passa a conhecer as novas possibilidades”, destacou. 

Vale destacar que o cBRL, stablecoin criada pelo Alter e um consórcio de outras empresas, foi adquirida pela Transfero, emissora da stablecoin BRZ. Assim, todos os detentores de cBRL passam a ter BRZ. O prazo para a troca das moedas foi 31 de dezembro. A partir de janeiro, as transações acontecem em BRZ

“O BRZ já está integrado ao aplicativo do Alter, com todas as funcionalidades que eram possíveis com a stablecoin cBRL. O Méliuz é outro aplicativo que começará apenas com bitcoin. Nada impede de, no futuro, integrarmos stablecoins como BRZ e USDC para a base gigante de usuários do Méliuz”, explicou Frias. 

Segundo ele, essa exposição pode ser uma importante porta de entrada para pessoas que não investem em crypto ou não conhecem o mercado, democratizando o acesso. Confira alguns trechos da entrevista. 

Qual o grande benefício, para os usuários, de o Méliuz integrar a plataforma do Alter?

O Méliuz é uma grande empresa, pioneira em cashback, que tem parcerias com grandes varejistas, como Americanas, Amazon e Submarino, entre outras. Seu produto mais conhecido é quando um consumidor efetua uma compra por meio de sua plataforma, recebe uma ‘comissão’, que é o cashback, grana na conta. Esse valor, que é um percentual da compra efetuada pelo cliente, é uma estratégia da empresa para atrair mais consumidores – o cashback é remunerado pelas empresas que anunciam seus produtos e, com isso, ganham maior exposição. É ganha-ganha-ganha.

Com a integração com o Alter, que deverá ocorrer por completo nos próximos meses, a expectativa é de que os consumidores possam utilizar o cashback recebido também para a compra de crypto direto no aplicativo do Méliuz. 

Foto: Site soualter.com.br

Qual o diferencial do Alter?

Nós começamos no mercado de criptoativos em 2018, com um outro nome (“PagueCripto”), que era era site voltado ao pagamento de boletos, para pessoas que tinham criptoativos e queriam utilizá-los com essa finalidade.

Percebemos uma tração interessante, especialmente de clientes que eram usuários de bancos digitais, efetuando pagamento de fatura de cartão de crédito em nossa plataforma. Assim, pensamos: e se oferecermos um cartão para esse usuário, será que ele não permanecerá mais tempo conosco?

O resultado foi positivo e passamos a oferecer diferenciais, como o cashback em bitcoin. Hoje, quem tem um cartão do Alter (bandeira Visa), recebe 0,5%  de cashback em bitcoin, em qualquer compra acima de R$ 10. Em algumas oportunidades promocionais, elevamos esse percentual para 1%. Esse é um dos nossos grandes diferenciais. Hoje, temos 135 mil usuários cadastrados (pessoas físicas residentes no Brasil). 

Qual o principal benefício para o usuário, seria o cashback?

Sim, este é um dos benefícios importantes, mas não o único. Nossa plataforma oferece simplicidade, o que facilita a entrada de novos usuários.

Temos soluções de corretagem simplificadas. Por exemplo, o usuário pode comprar e vender bitcoin sem ter que entender sobre o livro de ordens. A transação é simples, uma experiência mais de balcão, idêntica à compra em uma casa de câmbio convencional.

Também agregamos ao nosso aplicativo outras funcionalidades, como pagamento de boletos, recarga de celular e cadastro de chave Pix, que garantem comodidade e melhoram a experiência do usuário.

Para quem não conhece bem o mercado, essa é uma porta de entrada, pela facilidade; para os que têm maior experiência, a simplicidade é uma comodidade extra. 

Por que as pessoas devem investir em crypto, em sua opinião?

Com a pandemia e os reflexos na economia, o poder de compra dos brasileiros caiu significativamente. Mesmo as pessoas que não perderam o emprego ou sua fonte de renda estão passando por essa dificuldade, decorrente da alta de preços ocasionada pela inflação, sem a recomposição dos rendimentos no mesmo patamar. A inflação corroeu tudo, está tudo mais caro, e qualquer pessoa pode constatar isso em uma compra no supermercado ou ao abastecer seu carro.

Quem conseguiu comprar bitcoin antes desse período, preservou ou até aumentou seu poder de compra. Então, isso está mostrando para as pessoas que o mercado crypto pode ser um instrumento para proteção. 

Algumas pessoas, no passado, investiram em títulos no exterior, como forma de proteção para o momento atual. Mas isso ainda é bastante restrito. O BTC é mais popular, é possível acessá-lo mesmo com pouco dinheiro e sem muita burocracia.

Este tem sido um dos principais motivos de as pessoas comprarem crypto. As moedas Fiat perdem valor muito rápido. Creio que o contexto econômico/ inflacionário “acordou” as pessoas para as novas possibilidades.


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