Correção do bitcoin era esperada e moeda deve permanecer na casa dos US$ 30 mil

Segundo analistas da Transfero, a correção da moeda líder do mercado era previsível e o bitcoin deve permanecer entre US$ 29 e 36 mil nas próximas semanas

Por Redação  /  23 de julho de 2021
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Em 20 de julho, o bitcoin passou por mais um momento de volatilidade e chegou a US$ 29,3 mil. Esse foi o menor preço registrado desde o dia 21 de junho, quando ocorreu o desligamento de mineradoras na China. 

Desta vez, a principal explicação para a queda foi um FUD (termo usado para designar “medo, incerteza e dúvida”, derivado da sigla em inglês para “fear, uncertainty and doubt”) decorrente do desbloqueio de cerca de 40 mil bitcoin de um fundo da Grayscale, maior custodiante do mercado de criptoativos. 

No entanto, segundo o Head of Crypto Prime Brokerage da Transfero, Wander Guedes, essa correção já era esperada, mas já está perdendo sua força. “Quando ocorre uma grande alta, como aconteceu nos últimos meses, com o bitcoin alcançando mais de US$ 65 mil, sempre há uma correção. Quando comparamos o cruzamento das médias móveis de curto e longo prazo, respectivamente 21 e 200 dias, é possível perceber que essa tendência ganha mais força”, disse. 

  1. rompimento do canal de alta (início da correção) 2. cruzamento das médias móveis (correção ganha força) 3. suporte na faixa de US$ 29 mil começa a se consolidar 4. volumes decrescentes (perda de intensidade da correção) 5. range de possível lateralização do bitcoin (entre US$ 29 – 36 mil)

Porém, segundo Guedes, os volumes estão se comportando de forma decrescente, o que indica que o movimento bearish (tendência de preços em baixa) vem perdendo intensidade. “A cotação já chegou três vezes nos US$ 29 mil, mas esse valor não foi rompido. Assim, a menos que surja algum novo fato impactante, que possa causar insegurança no mercado, o bitcoin deve se manter entre US$ 29 e 36 mil nas próximas semanas”, destacou o especialista, ressaltando que esse pode ser um bom momento de compra.

Além disso, segundo ele, muitos analistas consideram que estamos entrando no período de acumulação, no qual a maior parte dos grandes investidores retiram seus BTCs das corretoras para carteira seguras (cold wallets). “Nessa condição, geralmente, há uma perda de volatilidade e o ativo passa a se comportar de forma mais estável, ou lateralizada”, explicou. 

Para o analista quantitativo da Transfero, Guilherme Kinzel, a volatilidade implícita do BTC em níveis próximos de 72% é considerada baixa para o mercado cripto, e reflete uma expectativa de calmaria no mercado. “Os agentes não acreditam que aconteça algo neste curto prazo que faça o preço mudar de patamar rapidamente”, ponderou. Segundo ele, em 21 de junho, a volatilidade implícita chegou próximo aos 200% nas séries mais próximas do vencimento, o que pode ser considerado um nível altíssimo e muito raro.

De acordo com Kinzel as volatilidades implícitas em exatos Delta 0.50 (∆=0.50) são calculadas usando as opções at-the-money de cada série, tanto das Calls como das Puts, sua interpolação é alcançada por meios quantitativos que interpretem com fidelidade a smiling curve dos derivativos. 


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