Como a regulação dos EUA e Canadá está impactando o mercado

Anúncio de encerramento das atividades da BitMex nos EUA e Quebéc acende um sinal de alerta sobre os impactos de restrições regulatórias no ecossistema de moedas digitais

Por Redação  /  24 de janeiro de 2019
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Uma das maiores exchanges do mundo, a BitMex, está suspendendo suas atividades nos Estados Unidos e na província de Quebec, no Canadá. O motivo são as não conformidades com as regulações locais. A empresa, com sede em Hong Kong, oferece a possibilidade de operar diversos tipos de contratos transacionando exclusivamente com bitcoin.

No início de 2018, a autoridade regulatória do Canadá, a Autorité des Marchés Financiers (AMF), enviou uma carta à BitMex. O comunicado solicitava o encerramento imediato das contas ligadas aos cidadãos de Quebec, pois a exchange não estava autorizada a operar. Assim sendo, foi um duro golpe na possibilidade de uma maior adoção das criptomoedas no país.

Em relação aos Estados Unidos, a BitMex vem encerrando as contas desde 2015, conforme solicitação das agências regulatórias americanas. A Commodities and Futures Trading Commission (CFTC) é uma das agências que mais tem pressionado a empresa . No entanto, investidores americanos podem tentar burlar a restrição usando VPNs para acessar a plataforma. Sendo assim, a exchange poderá encerrar contas que estejam se utilizando desse artifício.

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O processo regulatório global

A regulação das criptomoedas está numa fase decisiva. Alguns países têm adotado medidas mais restritivas e que visam um controle mais próximo, por exemplo, os EUA. Mas outros mercados, como o europeu, têm sido mais amigáveis ao uso desses ativos com diversas finalidades. Essas diferentes abordagens regulatórias podem representar um risco para esse segmento como um todo, na medida em que empresas de diferentes países podem não conseguir “se falar”. Ou ainda tentarem caminhos alternativos para fazer negócios uns com os outros.

Nos Estados Unidos, por exemplo, as iniciativas que estão caminhando são as que são licenciadas pelo regulador. Por exemplo, a Bakkt, da New York Stock Exchange.  Já na Suíça, está havendo uma maior aproximação entre o mercado tradicional e o digital. Nesse sentido, o anúncio da SIX Swiss Exchange de criação do primeiro derivativo lastreado em criptomoedas é uma boa notícia. Assim, esse ano deve ser um período de consolidação regulatória das criptmoedas em diferentes partes do mundo. Caso seja feita com sobriedade, todo o mercado pode se beneficiar.

A saída da exchange dos dois países da América do Norte foi noticiada pelo portal de notícias South China Morning Post.