Capital de risco vê demanda crescente em investimentos blockchain

Novo fundo blockchain da Andreessen Horowitz em menos de dois anos mostra apetite de investidores por novos projetos nesse segmento

Por Redação  /  20 de maio de 2020
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A gestora Andreessen Horowitz lançou recentemente um segundo fundo de investimento de venture capital (capital de risco) em projetos blockchain no valor de US$ 515 milhões, superando sua previsão inicial de captar US$ 450 milhões. A captação ocorre menos de dois anos depois do primeiro fundo, de US$ 350 milhões. E mostra a crescente demanda por investimentos em um novo ciclo de projetos blockchain.

Um post publicado no blog da empresa afirma que uma característica fundamental dos ciclos do mercado crypto é que cada ciclo dirige o seguinte. Por exemplo, o Ethereum foi criado no ciclo de 2013 e se tornou a base para as ofertas iniciais de criptomoedas que impulsionaram o ciclo em 2017. A empresa entende que esse fundo vai financiar uma próxima geração de projetos e assim sucessivamente.

Além disso, a captação maior que a prevista mostra que os investidores estão aceitando tomar risco no mercado de criptomoedas, mesmo com a crise do coronavírus. Aliás, o mercado de criptoativos está resistindo até o momento à crise, confirmando o status de safe Heaven em momentos de desconfiança do sistema financeiro internacional.

Vale lembrar que as empresas de capital de risco geralmente buscam novos fundos a cada três anos, mas recentemente aceleraram o ritmo devido à expansão de novos investimentos de empresas blockchain.

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Andreessen é pioneira em capital de risco blockchain

Mais conhecida por apoiar empresas de mídia social como Facebook e Twitter, a Andreessen foi uma das primeiras gestoras de capital de risco com um grande fundo dedicado às empresas de criptomoedas. Em 2018, a empresa levantou US$ 350 milhões para start-ups blockchain. O fundo também foi um dos mais fiéis defensores do projeto de moeda Libra do Facebook e ocupa um assento no conselho da associação Calibra.

A gestora também é relevante no mercado de criptomoedas por ter feito um investimento inicial na exchange Coinbase, avaliada em cerca de US$ 8 bilhões. Seu primeiro fundo de criptomoedas focou em novos protocolos, como a empresa Dfinity, e em stablecoins.

O investimento em capital de risco em tecnologia blockchain cresceu mais de três vezes, para quase US$ 4,3 bilhões em 2018, de acordo com dados da CB Insights. No entanto, caiu um terço no ano passado, apesar da valorização do bitcoin. Ainda não há dados sobre 2020 disponíveis.

Captação em linha com a tese do novo normal

A segunda captação em menos de dois anos feita pela Andreessen Horowitz está em linha com a tese especial de investimentos da Transfero. Ao perceber a aceleração de novos projetos blockchain, a gestora mostra que o sistema financeiro internacional está migrando para soluções baseadas em criptomoedas.


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