Blockchain nos negócios no Brasil: em que pé estamos?

Uso da blockchain nos negócios no Brasil ainda não é uma realidade porque existem algumas condições que precisam serem satisfeitas para isso

Por Redação  /  1 de novembro de 2019
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O uso da tecnologia blockchain nos negócios no Brasil foi tema de um painel na FutureCom 2019, em São Paulo. Representantes de duas empresas de tecnologia e um banco brasileiro comentaram os desafios desse segmento.

A IBM é uma das empresas que está olhando para isso. Segundo o CTO Blockchain da empresa, Carlos Henrique Duarte, a tecnologia blockchain já estaria saindo do vale da desilução – do hype cycle da Gartner  – e entrando na curva da maturidade.

Um dos desenvolvimentos da empresa foi o Hyperledger Fabric, um framework para desenvolvimento de aplicações de negócios na blockchain. Outra aposta é criação de uma rede com os bancos para pagamentos instantâneos internacionais.

“A representação digital do dinheiro pode ser feita por crypto, mas se envolve câmbio tem que fazer com algo que não seja crypto devido a questões legais.”, afirma Duarte.

Para Bernardo Madeira, fundador da Interchains, o uso da blockchain nos negócios deve ser pensado para reduzir o risco das operações das empresas e aumentar eficiência operacional. Primeiro, é preciso identificar o problema, em seguida deve-se buscar a solução, que pode ser blockchain ou não.

Blockchain nos negócios no Brasil ainda longe dos bancos

André Carneiro, da área de Tecnologias Emergentes e Blockchain do Itaú também vê o uso da tecnologia para melhorar procesos. “Para pensar no uso da blockchain em negócios é preciso olhar para além de transações por segundo e pagamentos. É preciso ver como ela casa com outros processos existentes nas empresas para torná-los mais eficientes”, afirma.

Os bancos, contudo, ainda devem demorar a usar a blockchain como meio de transação financeira. Para Carneiro, quando o governo reconhecer a blockchain e as criptomoedas, os bancos vão começar a usar. “Não é o dinheiro do chope que lidamos, mas o salário das pessoas, as economias de uma vida”, pondera.

O executivo cita três pilares para que o uso das crypto seja destravado: tecnologia; legal, ou seja, que não dê margem para discussão jurídica; e de negócios, em outras palavras, mais empresas trabalhando nessa área.


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