Bitcoin mostra resiliência durante a crise do coronavírus

Criptoativo teve o terceiro melhor desempenho dentre alguns dos ativos mais representativos do mercado mundial e brasileiro

Por Redação  /  28 de março de 2020
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O bitcoin foi o ativo com o terceiro melhor desempenho dentre alguns dos mais representativos do mercado financeiro mundial e brasileiro desde que explodiu a crise do coronavírus até o fechamento desta matéria, no dia 24 de março. Segundo levantamento feito pelo PanoramaCrypto, o ativo só perdeu para o ouro e o dólar no período.

Segundo a ferramenta Google Trends, as buscas pelo assunto começaram a crescer nos últimos 10 dias de janeiro e explodiram no início de março com a multiplicação dos casos pelo mundo e a consequente classificação de pandemia. E nesse período, os mercados financeiros sofreram um forte impacto.

Nesse intervalo de tempo, o bitcoin teve uma queda de aproximadamente 8% em reais. E grande parte dessa queda foi provocada por investidores que precisaram de liquidez para cobrir chamadas de margens em investimentos mais tradicionais. Veja o gráfico com a variação dos ativos considerados:

Já o S&P 500, principal indicador de avaliação das ações do mercado norte-americano, nesse mesmo período caiu pouco mais de 10% em reais. No Ibovespa, índice das principais ações negociadas na B3, o tombo foi ainda maior, pouco mais de 40%. Nesse período, o dólar ganhou 21% frente ao real.

Além do dólar, o ouro foi o único ativo entre os analisados que se valorizou nesse período, cerca de 25%. No Brasil, o CDI ganhou 0,70% no período.

Todos os ativos parecem estar respondendo de forma semelhante nesse início de crise.

O head de Investimentos da Transfero Swiss, Carlos Russo, afirma que nesse início de crise os ativos ainda estão se comportando de forma negativa. “Todos os ativos parecem estar respondendo de forma semelhante nesse início de crise. Mesmo o ouro e títulos, tradicionalmente ativos que se valorizam em momentos como esse, parecem estar respondendo negativamente”, afirma.

Ele lembra que os agentes econômicos estão buscando manter caixa em dólares americanos (USD) nesse primeiro momento de modo a enfrentar os desafios de fluxo de caixa neste cenário de receita incerta. Contudo, em um segundo momento, o efeito colateral dessa injeção de dinheiro será a nossa velha conhecida inflação. Para se proteger dela será necessário um investimento diversificado em ouro, ações e criptomoedas. Como efeito da desvalorização do dólar, o bitcoin tende a se beneficiar sobremaneira após o ápice da crise em termos de apreciação no seu valor unitário.”

Vale lembrar que após o evento do halving do bitcoin, há uma expectativa de valorização da moeda, como ocorreu nos dois halvings anteriores. Além disso, com a injeção massiva de recursos pelos bancos centrais nas economias para combater os efeitos do coronavírus, é esperada uma perda de valor nas moedas nacionais.