Banco Central lança plataforma blockchain para autorizações financeiras

Plataforma Pier utiliza a blockchain para integrar bases de dados de diferentes órgãos e agilizar autorizações financeiras diversas

Por Redação  /  2 de abril de 2020
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O Banco Central do Brasil colocou em operação na quarta-feira (1/4) a plataforma Pier, que usa blockchain para agilizar autorizações financeiras. Na prática, o sistema permite compartilhar instantaneamente informações contidas em bases de dados de diferentes órgãos. Pier é sigla para Plataforma de Integração de Informações das Entidades Reguladoras.

Inicialmente, o sistema integra as bases do BC, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) também deverá fazer parte do sistema.

A Pier vai permitir, por exemplo, a consulta de dados de processos punitivos e de restrições de empresas e administradores, para averiguação de idoneidade. Também estará disponível o histórico de atuação no sistema financeiro e informações sobre as participações de pessoas físicas e jurídicas no capital social e no controle acionário, para fins de cumprimento de legislação.

Com a automatização, consultas que poderiam levar até um mês passam a ocorrer em segundos. Uma consulta antes feita entre dois reguladores por meio de ofício acontece agora online. Por exemplo, a averiguação da reputação de um membro eleito para cargo estatutários em instituição financeira, entre outras. Com o CPF da pessoa que vai ocupar o cargo, é feita uma varredura instantânea em todas as bases de dados dos reguladores.

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Plataforma blockchain do Banco Central pode se integrar com outras bases de dados

A plataforma blockchain lançada pelo Banco Central também pode no futuro integrar bases de fora do sistema financeiro. Por exemplo, informações do Judiciário, juntas comerciais e organismos internacionais de estabilidade financeira.

“Construir a Pier, utilizando blockchain, permite usar uma tecnologia descentralizada, testada, cujas funcionalidades nativas fazem com que não haja a necessidade de construir o sistema do zero”, explica Eduardo Weller, gerente de plataformas para soluções de software, do BC.

O sistema também garante autenticidade das mensagens trocadas, impossibilidade de corromper os dados gravados, atualizações que não dependem de uma entidade central, e eliminação de ponto único de falha.